14.12.03

AS BOAS E AS MÁS FESTAS

Vive-se a época natalícia. Momento mais pagão do que este não conheço, apesar de estar instituído para celebrar o nascimento de Cristo. O "natal" culmina um longo processo de idiotização anual das vidas da generalidade das pessoas. Os adultos infantilizam-se para agradar às criancinhas, e estas, em público e em privado, dão largas à sua vivacidade barulhenta e naturalmente infantil, terminando tudo na harmonia "familiar" que não dura mais do que as 48 horas da praxe. Cada prenda comprada é mais uma marretada dada nos pregos que ergueram Cristo na cruz final e sinónimo de um consumismo insane e despropositado, olhando ao "afundamento geral em curso". À parte comercial da coisa, costuma juntar-se a troca de sonsos desejos de boas festas e de feliz ano novo entre um rol de gente que mal se conhece ou que até nem se estima. Eu não alinho nesta ladaínha hipócrita e prefiro manter os meus "ódios" e "amores" intactos, sem intervalos para comer sonhos e bolo-rei.

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