2.3.10

SEM SOMBRA DE PECADO

Dois dos principais candidatos à sucessão de Ferreira Leite, Aguiar-Branco e Paulo Rangel, pertencem a grandes escritórios da advocacia do regime. Sei que é quase sinónimo de civilização ser sócio ou trabalhar - sendo explorado até ao tutano ainda de bibe e sebenta - em tais indústrias fomentadoras de ministros, deputados e gestores públicos do PS e do PSD. Também sei que muito do que é hoje o regime passa por essas fabriquetas de homens de palha. Todavia, precisamente por sabermos que é trivial estas indústrias exercerem um poder paralelo (quando não sobreposto ao do Estado), convinha que os candidatos - e num deles votaria se ainda fosse militante da seita - deixassem claro o que pensam da coisa. Porque uma coisa é ganhar a vida, outra é ganhar o país. Não pode haver sombra de pecado.

8 comentários:

Anónimo disse...

No dia 1 de Março que é publicada a
Resolução da AR da Assembleia da República nº 17/2010 que consagra a Transparência nos contratos públicos, lemos noBlog http://5dias.net/2010/02/28/um-polvo-bem-unido/ por remissão ao Portal dos contatos públicos - http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/AjusteDirecto/Detail.aspx?idAjusteDirecto=134749&lk=srch -, que “Perante a sucessão de escândalos na forma de contratação da Parque Escolar e perante o receio que a Assembleia da República revogasse o seu regime de livre arbítrio, o que faz o Conselho de Administração da Parque Escolar?
Decide contratar o escritório de advogados liderado pelo presidente do grupo parlamentar da oposição e candidato a líder do PSD, para “Prestação de Serviços Jurídicos na Área da Contratação Pública.

Anónimo disse...

Caro João, mas isto não é novidade. Este Aguiar-Branco, o tal da honestidade à prova de bala, já fez muito pior, senão veja esta noticia:

http://www.inverbis.net/sistemapolitico/assessor-aguiar-branco.html.

É claro que ele não quer ruptura, ele quer, pois claro, união, para poder continuar a mamar!

Anónimo disse...

O assessor de Aguiar Branco
16-Jan-2010
O descontrolo dos custos com os funcionários da Assembleia da República é algo que devia envergonhar todos deputados, para mais numa altura de crise em que os políticos de todos os partidos são os primeiros a pedir aos portugueses para apertarem o cinto.


O líder parlamentar do PSD, Aguiar Branco, contratou uma espécie de assessor por dois meses e pagou-lhe 12 mil euros, usando dinheiros públicos, não do partido. E para fazer o quê? Ninguém sabe, ninguém explica. Miguel T... não foi visto uma única vez no Parlamento, a maior parte dos deputados laranja nem sabem quem ele é, e a Assembleia não sabe explicar porque é que este advogado recebeu 12 mil euros por dois meses de "trabalho".

Ao 24horas, Miguel T.... disse apenas que deu "umas consultas" a Aguiar Branco, de quem é amigo. Repare: deu umas consultas a Aguiar Branco, não ao PSD, não ao Parlamento. Só que estes 12 mil euros não foram pagos por Aguiar Branco, mas sim pela Assembleia da República. O mínimo que o líder parlamentar do PSD poderia fazer era explicar que pareceres são estes, o que é que a Assembleia da República beneficiou com estes pareceres e porque é que os dois meses de trabalho de Miguel ... custaram 12 mil euros, uma fortuna.

24HORAS | 16.01.2010

Anónimo disse...

Está a falar da maçonaria, não é?

S.C. disse...

Concordo em absoluto. Os grandes escritórios de advogados estão por demais conotados com mil e uma histórias mal contadas, quando não mesmo negociatas descaradas. É ver os nomes que aparecem sempre ligados aos casos sob investigação judicial. Demasiada coincidência, não? E não sabemos nós da missa a metade. Curiosa a ligação dos mesmos advogados a responsáveis governativos de partidos diferentes. Não há dúvida de que há uma área em que todos eles se entendem! Pobre país!

Anónimo disse...

Tem toda a razão: "explorados até ao tutano". Não têm horários, não têm vida familiar, com todas as consequências que daí advêm. E para além disso, há muitas vezes em tais escritórios um ambiente horrendo de inveja e intriga, verdadeiramente insuportável para quem tiver um mínimo de dignidade humana.

caozito disse...

Há tempos, dizia eu, que 'tínhamos de votar no menos mau'.

Enganei-me, - como tantas vezes - vou 'pagar' por isso e, assim sendo, não voto mais porque já não há um (só!) 'menos mau'.

De facto, um dos "princípios" do 25 de Abril era a "igualdade"; ora aí a têm!

José Domingos disse...

Não auguro nada de bom para este país, ou o que resta dele.