No Panteão Nacional, reuniu-se o regime e mais dois ou três excêntricos para celebrarem os 100 anos do ex-Director-Geral de Aviação do dr. Salazar. Nunca me impressionei muito com a "história" de Humberto Delgado, a não ser num detalhe importante. Tinha uma enorme coragem física o que, para uma nação de cobardes, é obra. De resto, desde Salazar à "oposição", todos se serviram dele. O seu desassombro, num país em que o respeitinho mandava por igual no "sistema" e na "oposição", impressionava. Era um mitómano e um visionário que ambos abandonaram à sua sorte depois do "feito" de 58. Não merecia morrer da forma miserável, sórdida e solitária como morreu. Na sua altivez alucinada, sonhou com qualquer coisa de diferente para uma nação que o não entendia e que ele nunca compreendeu. Por esse "sonho", perdeu o seu tempo e, no final, a vida. Valeu a pena?
9 comentários:
O que eu gosto de fazer parte dos "três excêntricos". Mas respeitinho é preciso quando se fala desta figura portuguesa. Verdadeiramente Homem de coragem, visionário, mas, sem tropas. Era tudo uma "cambada", acabou, como tu dizes, ingloriamente. Mas não é menos importante por isso. Paz à sua alma. Até lá.
O triste são os que vivem á sombra da sua memoria, mas com a educação do PREC, ou seja, que nada tem a ver... Mas nem essa consciencia têm...
Coragem! Isso de facto é uma grande qualidade! E alguém lutar por algo em que acredita não vale a pena? Lutarmos pelos nossos princípios não vale a pena?
Tinha uma enorme coragem?
Bem, todos os aventureiros PARECEM corajosos...
O mal não está neles mas nos que os seguem.
Valeu! Foi um dos poucos homens de coragem do sombrio século passado. Há hoje alguma coisa para mostrar? Mário Viegas? João César Monteiro? Luiz Pacheco? Ah pois, mas estes não andam cá e não eram da "governação"
Parte da Nação entendia-o, sim.
Ninguém que, antes do 25 de Abril, tenha vivido no estrangeiro, nos EUA ou na Europa Ocidental, ficou igual ao que era.
Assim sendo, e continuando o raciocinio do veliberalino até às últimas consequências, foi de facto um homem de coragem, pois a seguir a ele, não se seguiu nada, a não ser um buraco negro de mais quinze anos...protegidos por uma ditadura que dilacerou muita, mais, gente de coragem. "Mas sois novos, não sabeis o que dizeis.." reconhece a fala? Não? Uma grande desventura meu amiga/o.
O heroi sem medo não existiu sozinho. E os que com ele correram riscos? Os que os esconderam nas velhas termas da Amieira? Os que financiaram a sua campanhã e depois tiveram que ficar?
A sua inteligencia era proporcional a sua coragem "fisica"? Se depois dele nada se passou, que se pode concluir do projecto, se que existia enquanto tal, para mudar Portugal?
Sauridio
Acho que já percebi. Já percebi como devo "pegar" na coisa. Obrigada pela sua resposta.
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