18.10.06

A CORRENTE ELÉCTRICA

Uma desgraça raramente vem sozinha. O dr. Manuel Pinho tem um secretário de Estado para a Energia e a Inovação que atribuiu o aumento de 16% na electricidade, no próximo ano, ao mau desempenho dos consumidores. Segundo este senhor, de nome Castro Guerra, existe um "défice" que tem que ser colmatado com o dito aumento, défice esse causado pelos consumidores. A EDP, a empresa que distribui a energia eléctrica que eu preciso, quer eu queira, quer não (não há outra), é gerida pelo dr. Mexia, um amigalhaço dos drs. Pina Moura e Santana Lopes. Tem lucros colossais. E agora, com o beneplácito do sr. Guerra e com a esfarrapada conversa da "concorrência", do "mercado e da "entidade não sei de quê", espreme-se o nefando cliente nos termos enunciados. Eu sei que não é o governo a determinar esta chulice. Todavia, convinha que o primeiro-ministro - já que estamos a falar de um ministério politicamente incapaz - pudesse evitar estes pronunciamentos idiotas. Porque, em última análise, é directamente a ele que tudo vai parar, mais tarde ou mais cedo. Como uma espécie de corrente eléctrica.

Adenda: Nem tudo é mau ou mesmo péssimo. Três das sete SCUT's vão ter portagens. Só faltam quatro ou três, já que a A22 não tem alternativa. Apesar de concordar com as portagens nas SCUT's, nunca é demais lembrar que é mais uma "promessa eleitoral" que foi varrida para debaixo do tapete. Sócrates terá decidido fazer o mal todo de uma vez? É que se for assim, é de esperar o pior da fase do "bem".

11 comentários:

Anónimo disse...

Não é essa a lição de Maquiavel?

Anónimo disse...

Lição de Maquiavel,
seria despedir imediatamente os dois artistas do Ministério da Economia.
Até Sá Carneiro, não nessessáriamente da minha simpatia, disse uma vez que para ter Secretários de Estado que nada resolvendo (bem) ainda criavam problemas (nada resolvendo), não precisava de SE.
E eu diria, que para ter SE deste tipo, mais valia ter amanuenses nas suas funções.
Não fariam tantos estragos e sairiam mais baratos.
Tal qual na tropa, com alguns cabos quateleiros em vez de alguns generais.

Anónimo disse...

O artista principal do ministério da economia podia ir para o autódromo (com a condição de ir amordaçado).

Anónimo disse...

Não falseie a realidade. Leia o programa do PS e o programa do Governo e logo verá que não havia nenhuma promessa eleitoral de manter as SCUT para sempre. Pelo contrário, o que lá está escrito são as condições de transformação de portagem virtual em real. Pior cego é aquele que não quer ver...

Anónimo disse...

E haver SCUTS ?
Não há uma fundamentação para a sua existência, alavancada no desenvolvimento das regiões ?
A Espanha, que os economeiros cá da terra gostam tanto de apelar como boa face desta moeda ibérica, tem SCUTS, e, como se isso não bastasse, ao lado ainda nascem vias tipo as nossas IP's. Veja-se o caso da Galiza.

Anónimo disse...

Não faço ideia se já ocorreu isto ao sr. Gonçalves:

Não vão ser construídas praças de portagem nas SCUTS e o pagamento vai ser feito electronicamente (como se fará, já agora, com os veículos de matrícula estrangeira que aqui tiverem o mau gosto de vir?).

Sendo o pagamento efectuado electronicamente, todos repito TODOS os popós vão ter de instalar um dispositivo que permita essa cobrança. Caso contrário, passariam livremente nas actuais SCUTS e a Brisa (ou a GNR ou lá o que fôr) não faria mais nada que andar a mandar cartas a quem passou à borla por não ter o tal dispositivo.

Estando demonstrada a imprescindibilidade desse dispositivo, não faz sentido que continue a haver portagens com praças e portageiros.

Por outras palavras, já terá ocorrido aos portageiros que estão no desemprego não tarda nada?

Anónimo disse...

E quem não tiver conta bancária, como é que cobram??? ....Sim, ninguém é obrigada a ter dinheiro no Banco....

Anónimo disse...

Caro João Gonçalves,

Os aumentos de tarifas de energia eléctrica não são determinados pela EDP ou pelo governo mas sim por uma entidade reguladora independente (ERSE) à semelhança do que acontece em vários países europeus. Acontece que a legislação tarifária anterior impedia que o acréscimo no preço das tarifas em Baixa Tensão (composta essencialmente por consumidores domésticos)ultrapassasse a inflação prevista para esse ano. Foi isso aconteceu nos anos mais recentes. E aconteceu ao mesmo tempo que o custo dos combustíveis aumentava significativamente nos mercados internacionais. Como a produção de energia eléctrica em Portugal é essencialmente de fonte térmica (ainda para mais quando nos últimos anos assistimos a períodos prolongados de seca), os aumentos nos custos de produção de electricidade via acréscimo dos combustíveis, não foram repercutidos nos preços pagos pelos consumidores domésticos. Foi isso que gerou o déficit tarifário de que fala o Secretário de Estado. Por outras palavras, nos ultimos anos os consumidores domésticos pagaram electricidade a preços inferiores ao custo de produção. É essa a sua "culpa", nas infelizes palavras do secretário de estado. Removido o dispositivo legal que impedia os acréscimos correctos, cabe agora aos consumidores pagarem nos próximos anos o que não pagaram antes. Mas a verdade também é que ninguém se queixou quando pagava menos do que devia... Em linguagem futebolística, eu diria que não convém fazer queixas da arbitragem apenas quando se é prejudicado...

Cumprimentos,

Pedro Martins

Anónimo disse...

«Quanto às SCUT deverão permanecer como vias sem portagem enquanto se mantiverem as condições que justificaram, em nome da coesão nacional e territorial, a sua implementação, quer no que se refere aos indicadores de desenvolvimento sócio-económico das regiões em causa, quer no que diz respeito às alternativas de oferta no sistema rodoviário.»
Programa do XVII Governo Constitucional

Anónimo disse...

Pois, mas graças à dinâmica acção deste governo, não só há umas poucas de regiões que já passaram de desfavorecidas a favorecidas como, além disso, foram rapidamente construídas vias alternativas às SCUTS, tudo isto em cerca de um ano e meio, pelo que agora se devem aplicar protagens.

Anónimo disse...

Não compreendo é porque aqule ministro das obras incompetentes,só atacou no grande Porto!?O norte é onde há mais desemprego...Onde o homem foi buscar aqueles valores irreiais e surrealistas para "ATACAR" só o NORTE?

Confesso que não votei nestes aldrabões,com todo o respeito que me merecem os políticos da actualidade-valem ZERO!
Agora também é verdade que ninguém pode confiar neste governo,que ora diz uma coisa e logo faz outra!

Pobre Portugal

Abraços
Mário Relvas