Um agente da GNR foi baleado no decurso de uma operação. Há dias, outro, da brigada de trânsito foi atropelado mortalmente. O senhor inspector-geral da administração interna ainda pensará que, na dúvida, o melhor é a polícia "deixá-los fugir"?
Fernanda: eu trabalhei na IGAI de Rodrigues Maximiano. Visitei postos da GNR por todo o país.Participei em relatórios sobre as condições de detenção, oportunamente alteradas. Sugerimos o fecho de postos cujas condições, para os agentes, eram inadmissíveis. E também instrui "n" processos de averiguações e de inquérito sobre alegadas - umas confirmadas, outras não - situações em que o princípio da proporcionalidade no exercício da função policial foi ultrapassado, designadamente com consequências fatais. Ou seja, e perdoe-me a presunção, conheço razoavelmente a "matéria". Por isso, parece-me discutível, dadas as condições objectivas de trabalho dos agentes policiais, "aconselhá-los" a "deixar fugir" os delinquentes ou os suspeitos da prática de um crime. Coisa bem diferente de defender que os corram à bala. O meu pequeno texto é apenas uma chamada de atenção para o fraseado do actual IGAI que, melhor do que eu, deve conhecer o "terreno" em que toda esta gente se move. E acontece que, por vezes, a vítima é outra. Não há vítimas mais vítimas do que as outras. Um homem baleado, independentemente do lado da "barricada" em que está, será sempre um homem baleado. E não é menos "humano" por ser polícia. Apenas isso.
O João está muito enganado. A f. está comedida, mas eu não estou:
Todos os polícias são maus.
A autoridade é má.
As leis são más.
As prisões são más.
Os rapazes coitados que andam ai de noite a divertir-se tecendo cânticos a Baco, com armas de fogo (por certo destinadas a auto defesa) a assapar pelas ruas das cidades (porque estão com pressa, vão ver os seus pais adoptivos que vão praticar eutnásia simultânea), e que de vez em quando restituem á liberdade bens que pertenciam a outrem, são BONS.
E se não forem bons a culpa é da policia, do autoritarismo paternal, da sociedade, da violência nas televisões, da Escola ou então do Diabo que os carregue que até dá jeito nestas alturas.
Não ouse mais emitir qualquer palavra de simpatia por qualquer tipo de autoridade, senão a f. zanga-se. E a f. zangada é muito má. Desculpe f., é muito boa. E esbracejantemente gira.
ó dona aurora. se eu não estivesse tão comedida (e se a dona aurora não fosse esbracejantemente anónima) respondia-lhe. mas,sabe? dá-me maçada, e para quê? aconselho-lhe a ir lá, como diz a agatha, à hemeroteca, ler as minhas obras completas. é capaz de concluir que as suas conclusões são como as de certos xerifes, que disparam primeiro e perguntam depois.
Ainda não tive tempo de ir à hemeroteca ler as obras completas de f. Mas já ler o "glória" é mais fácil.
E leio isto:
"o que clemente lima disse, ou pelo menos o que saiu publicado no público, foi que em casos em que está em causa uma contravenção ou um crime de menor importância, se a perseguição se está revelar demasiado perigosa o melhor é deixá-los fugir.
eu acho que clemente lima tem toda a razão. deixam-se fugir e apanham-se no dia seguinte -- há uma coisa chamada matrícula e não faz grande sentido matar ou ferir gravemente alguém só porque a polícia sente que o seu princípio de autoridade foi beliscado."
Penso que, assim sendo, é melhor não ir à hemeroteca, perdendo assim largas páginas de bela e esbracejante escrita em defesa de causas é certo, mas com a vantagem de não correr o risco de encontrar o grupo de jovens que continua desbragado pela cidade fora em irrelevantes contravenções ou crimes menores. É certo que também me privo da visão de inúmeros policias autoritários porque vitimas da formação errada que receberam, de carnet em punho à procura de uma matrícula. Mas não há bela sem senão.
João, desculpe usar a sua caixa de comentários para este desabafo, mas tal deve-se ao facto de a mesma já ter direito a título no Glória Fácil. É o preço da Fama.
Por outro lado, confesso que ainda estou vagamente atordoada com o "deixam-se fugir e apanham-se no dia seguinte" e por isso precisei de me sentar aqui no seu blogue para me recompor.
"Há uma coisa chamada matrícula?!" Está-se mesmo a ver os delinquentes a conduzirem as suas viaturas, com matrículas verdadeiras... Não há mesmo pachorra.
Mais um agente da policia que se suicidou.Carlos Martins, subcomissário da PSP,comandava a 1ª Esquadra da Divisão de Trânsito em Lisboa.Fazia no dia 10,três meses em que tinha iniciado o comando da mesma.Tomou posse em 10 de Julho,suicidou-se em 10 de Outubro.O pai é agente reformado da PSP.O avô materno,já falecido foi comissário na mesma policia.O que se passou?Dizem que foi um protesto para a PSP.Não o sabemos,mas deixou uma carta ao pai.O pai prescindiu das honras policiais que são prestadas por aquela força, aos agentes falecidos, no funeral.O pai lá sabe porquê.Agora não é estranho a quantidade de elementos policiais que se suicidam?Este é o sexto suicídio desde Agosto de 2005.Num espaço de um ano,seis elementos da PSP põem têrmo à vida:Um agente de 29 anos,atirou-se de um sexto andar em Lisboa,no mês passado.Em Agosto outro agente de 39 anos matou-se em casa,em Peniche.Outro agente,suicidou-se em Maio,com um tiro na cabeça.Na presença da esposa,dentro do carro.Em Almada outro suicídio de um agente,à porta da casa da namorada,faz agora neste mês,um ano.Em Setembro de 2005,o comandante da PSP de Lamego,suicidou-se no quarto ao lado do seu gabinete.Isto são factos publicos,mas muito anormais,para quem desconheça o trabalho e condições de um policia.Os elementos policiais prestam um serviço da mais alta relevância para os cidadãos e para o país.As condições que lhes dão, não serão as melhores,talvez mesmo más.Não têm espaços físicos em condições,não têm apoio de quem manda,salvo raras e prestigiantes excepções.O MAI só fala nas despesas,mas há muitas que não "controla".Os serviços de psicologia da PSP estão nos arredores de Lisboa,em Belas.São mais de dois milhares que por lá passaram no ano passado.Concretamente 2.211 consultas.São 10 (dez) psicólogos que servem aquele gabinete.Este primeiro semestre de 2006 já passaram por aquelas consultas 1250 elementos.Isto não reflete a realidade,que é pior,pois nos consultórios de psiquiatras e de psicólogos, nas mais diversas cidades, passam muitos policias,sem que se faça uma estatística. Os que são de Braga,de Bragança e de outros lados,só lá vão a Lisboa,quando os obrigam ir a juntas médicas,ou em casos extremos,devido à distância.Existem elementos a trabalhar com quadro depressivo e com relatório médico.Comandar é exigir de baixo e exigir de cima.É mandar em conjunto.É dar o exemplo.O governo anunciou a suspensão das progressões nas carreiras.Sim, isso foi para os agentes.Os oficiais foram promovidos.Pensem nas injustiças,há muitas,mas hoje, fico por aqui!Infelizmente se a situação não melhorar,penso que não,teremos mais tristes casos destes. Quem socorre as policias? Quem grita, pela "Ordem e pela Pátria", merece mais! Mário Relvas http://blogspot.com.pt in JN-18/10/06
11 comentários:
ó joão, também você? ai, ai. vou ser comedida, como diz a outra
Fernanda: eu trabalhei na IGAI de Rodrigues Maximiano. Visitei postos da GNR por todo o país.Participei em relatórios sobre as condições de detenção, oportunamente alteradas. Sugerimos o fecho de postos cujas condições, para os agentes, eram inadmissíveis. E também instrui "n" processos de averiguações e de inquérito sobre alegadas - umas confirmadas, outras não - situações em que o princípio da proporcionalidade no exercício da função policial foi ultrapassado, designadamente com consequências fatais. Ou seja, e perdoe-me a presunção, conheço razoavelmente a "matéria". Por isso, parece-me discutível, dadas as condições objectivas de trabalho dos agentes policiais, "aconselhá-los" a "deixar fugir" os delinquentes ou os suspeitos da prática de um crime. Coisa bem diferente de defender que os corram à bala. O meu pequeno texto é apenas uma chamada de atenção para o fraseado do actual IGAI que, melhor do que eu, deve conhecer o "terreno" em que toda esta gente se move. E acontece que, por vezes, a vítima é outra. Não há vítimas mais vítimas do que as outras. Um homem baleado, independentemente do lado da "barricada" em que está, será sempre um homem baleado. E não é menos "humano" por ser polícia. Apenas isso.
O João está muito enganado. A f. está comedida, mas eu não estou:
Todos os polícias são maus.
A autoridade é má.
As leis são más.
As prisões são más.
Os rapazes coitados que andam ai de noite a divertir-se tecendo cânticos a Baco, com armas de fogo (por certo destinadas a auto defesa) a assapar pelas ruas das cidades (porque estão com pressa, vão ver os seus pais adoptivos que vão praticar eutnásia simultânea), e que de vez em quando restituem á liberdade bens que pertenciam a outrem, são BONS.
E se não forem bons a culpa é da policia, do autoritarismo paternal, da sociedade, da violência nas televisões, da Escola ou então do Diabo que os carregue que até dá jeito nestas alturas.
Não ouse mais emitir qualquer palavra de simpatia por qualquer tipo de autoridade, senão a f. zanga-se. E a f. zangada é muito má. Desculpe f., é muito boa. E esbracejantemente gira.
ó dona aurora. se eu não estivesse tão comedida (e se a dona aurora não fosse esbracejantemente anónima) respondia-lhe. mas,sabe? dá-me maçada, e para quê? aconselho-lhe a ir lá, como diz a agatha, à hemeroteca, ler as minhas obras completas. é capaz de concluir que as suas conclusões são como as de certos xerifes, que disparam primeiro e perguntam depois.
Como é tudo muito relativo, o melhor é deixa-los andar para ver o que vem a seguir.
Ainda não tive tempo de ir à hemeroteca ler as obras completas de f. Mas já ler o "glória" é mais fácil.
E leio isto:
"o que clemente lima disse, ou pelo menos o que saiu publicado no público, foi que em casos em que está em causa uma contravenção ou um crime de menor importância, se a perseguição se está revelar demasiado perigosa o melhor é deixá-los fugir.
eu acho que clemente lima tem toda a razão. deixam-se fugir e apanham-se no dia seguinte -- há uma coisa chamada matrícula e não faz grande sentido matar ou ferir gravemente alguém só porque a polícia sente que o seu princípio de autoridade foi beliscado."
Penso que, assim sendo, é melhor não ir à hemeroteca, perdendo assim largas páginas de bela e esbracejante escrita em defesa de causas é certo, mas com a vantagem de não correr o risco de encontrar o grupo de jovens que continua desbragado pela cidade fora em irrelevantes contravenções ou crimes menores. É certo que também me privo da visão de inúmeros policias autoritários porque vitimas da formação errada que receberam, de carnet em punho à procura de uma matrícula. Mas não há bela sem senão.
João, desculpe usar a sua caixa de comentários para este desabafo, mas tal deve-se ao facto de a mesma já ter direito a título no Glória Fácil. É o preço da Fama.
Por outro lado, confesso que ainda estou vagamente atordoada com o "deixam-se fugir e apanham-se no dia seguinte" e por isso precisei de me sentar aqui no seu blogue para me recompor.
"deixam-se fugir" porque os carros DELES estão bem guardados....
"Há uma coisa chamada matrícula?!" Está-se mesmo a ver os delinquentes a conduzirem as suas viaturas, com matrículas verdadeiras... Não há mesmo pachorra.
Por falar nisso: A IGAI ainda existe?
Mais um agente da policia que se suicidou.Carlos Martins, subcomissário da PSP,comandava a 1ª Esquadra da Divisão de Trânsito em Lisboa.Fazia no dia 10,três meses em que tinha iniciado o comando da mesma.Tomou posse em 10 de Julho,suicidou-se em 10 de Outubro.O pai é agente reformado da PSP.O avô materno,já falecido foi comissário na mesma policia.O que se passou?Dizem que foi um protesto para a PSP.Não o sabemos,mas deixou uma carta ao pai.O pai prescindiu das honras policiais que são prestadas por aquela força, aos agentes falecidos, no funeral.O pai lá sabe porquê.Agora não é estranho a quantidade de elementos policiais que se suicidam?Este é o sexto suicídio desde Agosto de 2005.Num espaço de um ano,seis elementos da PSP põem têrmo à vida:Um agente de 29 anos,atirou-se de um sexto andar em Lisboa,no mês passado.Em Agosto outro agente de 39 anos matou-se em casa,em Peniche.Outro agente,suicidou-se em Maio,com um tiro na cabeça.Na presença da esposa,dentro do carro.Em Almada outro suicídio de um agente,à porta da casa da namorada,faz agora neste mês,um ano.Em Setembro de 2005,o comandante da PSP de Lamego,suicidou-se no quarto ao lado do seu gabinete.Isto são factos publicos,mas muito anormais,para quem desconheça o trabalho e condições de um policia.Os elementos policiais prestam um serviço da mais alta relevância para os cidadãos e para o país.As condições que lhes dão, não serão as melhores,talvez mesmo más.Não têm espaços físicos em condições,não têm apoio de quem manda,salvo raras e prestigiantes excepções.O MAI só fala nas despesas,mas há muitas que não "controla".Os serviços de psicologia da PSP estão nos arredores de Lisboa,em Belas.São mais de dois milhares que por lá passaram no ano passado.Concretamente 2.211 consultas.São 10 (dez) psicólogos que servem aquele gabinete.Este primeiro semestre de 2006 já passaram por aquelas consultas 1250 elementos.Isto não reflete a realidade,que é pior,pois nos consultórios de psiquiatras e de psicólogos, nas mais diversas cidades, passam muitos policias,sem que se faça uma estatística. Os que são de Braga,de Bragança e de outros lados,só lá vão a Lisboa,quando os obrigam ir a juntas médicas,ou em casos extremos,devido à distância.Existem elementos a trabalhar com quadro depressivo e com relatório médico.Comandar é exigir de baixo e exigir de cima.É mandar em conjunto.É dar o exemplo.O governo anunciou a suspensão das progressões nas carreiras.Sim, isso foi para os agentes.Os oficiais foram promovidos.Pensem nas injustiças,há muitas,mas hoje, fico por aqui!Infelizmente se a situação não melhorar,penso que não,teremos mais tristes casos destes.
Quem socorre as policias?
Quem grita, pela "Ordem e pela Pátria", merece mais!
Mário Relvas
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Aromas de Portugal
http://aromasdeportugal,blogspot.com
Desculpem o erro anterior.
"Vejam o país e o mundo" real!
Desculpe lá João!
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