15.10.06

UMA ESTÁTUA PARA HERODES


A "Lolita" do Blogame Mucho - que não me parece fazer jus à homónima de Nabokov - ficou aparentemente incomodada pela minha crítica à pedo-pedagogia criminal que passa a punir aqueles - pais incluídos - que apliquem "castigos corporais" aos respectivos rebentos (não está lá escrito, mas uma interpretação autêntica da futura lei não permite outra conclusão). Se a "Lolita" experimentar frequentar um "Kindergarten", verificará que, salvo honrosas excepções, as crianças são "ocupadas" com frivolidades e brincadeiras destinadas fundamentalmente a que não as maçem. Quando chegam a casa, os pais, cansados e sem pachorra para as ditas criancinhas, babujam ainda mais frivolidades para cima delas e deixam-nas, por assim dizer, "à vontade". Imaginam, pelo preço chorudo que pagam ao infantário ou à escola, que os rebentos estão a receber uma "educação". Não estão. Como não estão - nem na escola, nem em casa - acabam a fazer aquelas figuras tristes a que somos forçados a assistir, tantas vezes, em lugares públicos. Como vê, sou sensível ao argumento do "mau pai", mais conhecido pelo "tal pai, tal filho". Já agora, permita-me que lhe recomende, da Natália Correia, "Uma Estátua para Herodes". Lá para o final encontra um capítulo intitulado "Os provérbios de Herodes", uma espécie de aforismos, dos quais retiro os seguintes:
"Louvemos os maus filhos. Eles dão aos pais a oportunidade de saberem até que ponto são idiotas. O pai esconde os defeitos do filho porque é no filho que o pai esconde os seus defeitos."

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