José Sócrates, no Porto, desce à campanha de Mário Soares. As almas penadas do soarismo tardio têm passado o tempo a rosnar contra Sócrates por causa do alegado desamparo a que tem votado a sua escolha presidencial. Soares, num notável esforço de continência verbal, passou a coisa para o plano místico asseverando que Sócrates tem estado com ele, todavia "em espírito". Acontece que Sócrates, pelo que temos visto, tem sentido de Estado e não tem, de todo, sentido de circo. E a sua presença destina-se não tanto a "ajudar" Mário Soares a ganhar a Cavaco Silva - uma tarefa aparentemente inglória e inútil para quem exerce as funções de primeiro-ministro de um país em crise - mas mais a ajudar Soares a ganhar a Manuel Alegre. Daí para diante é com Soares, já que - como ele não se cansa de repetir - "é um gosto vê-lo em campanha".
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