Passam hoje dez anos sobre a eleição de Jorge Sampaio para PR. Para "comemorar", o Chefe de Estado chamou a Belém, logo pela fresquinha, o dr. Souto Moura. Parece que alguns jornais voltaram à carga com as escutas telefónicas efectuadas à conta do processo Casa Pia. Só que, desta vez, diz-se que algumas terão abrangido os telefones do próprio Sampaio e de outras eminências de topo da hierarquia do Estado, designadamente Souto Moura e esposa, nuns inocentes telefonemas a marcar cabeleireiro e a encomendar uma pizza. Antes de chegarmos até aqui, certamente que, neste e noutros processos, muita gente foi escutada desnecessariamente sem que tivesse tido a hipótese de convocar o dr. Souto Moura a sua casa para lhe pedir explicações. Não há, que me conste, registo de indignações ou de exaltações. Como de costume, vai seguir-se um "rigoroso inquérito" do qual se irão extrair "todas as consequências". No meio desta peripécia grotesca - mas preocupante pelo lado da maturidade da nossa maravilhosa democracia - , convém lembrar que foi sob a égide do dr. António Costa, então ministro da Justiça do "bonzinho" Guterres e com Sampaio como PR, que as alterações ao procedimento penal, em matéria de reforço dos poderes investigatórios das polícias e dos órgaõs responsáveis pela acção penal, foram efectuadas. O PS e o dr. Soares, o seu candidato oficial, gostam muito de falar em "sementeiras". Ora bem. Temos aqui um magnífico exemplo da "sementeira" lavrada em tempos recentes na Justiça. Os frutos começam agora a aparecer.
Adenda: Ler estas "preocupações" do Gabriel no Blasfémias
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