"Soares não saiu da presidência em triunfo. Principalmente, não saiu com poder nem no partido, nem no Estado. O seu tempo em Belém não vai provavelmente ficar na história e, se ficar, fica por razões que sem dúvida não o lisonjeiam: até 1991, como a época do esplendor do "cavaquismo" e da "modernização"; depois como a guerra com um "cavaquismo" em decadência. Claro que Soares "normalizou" o regime, afastando Eanes da política e com ele o "socialismo militar", de que o PRD seria o hipotético instrumento. Mas não infuenciou muito a revisão constitucional de 1989 (um passo decisivo), que era na altura inevitável. Quanto ao que sobra - a transformação material do Estado e do país - pertence a Cavaco."
Vasco Pulido Valente, Público, 19.01.06
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