31.1.06

O PARTIDO


Vários veneráveis "colegas" da blogosfera, v.g o Paulo Gorjão e o Manuel, andam numa verdadeira excitação por causa do PSD. Consta que se preparam facadas e navalhadas de índole diversa tendo com alvo principal o estimável dr. Mendes. Depois, fazem-se "prognósticos" sobre putativos candidatos ao trono de presidente do partido e especula-se sobre a saída de Passos Coelho (quem?) do lugar de vice-presidente. Imagino que o país - a parte que faltava não dormir descansada depois da eleição de Cavaco - sofra terríveis insónias com semelhante temática. Apenas duas ou três observações. Marques Mendes, apesar de baixinho, é, como alguém já lembrou, um osso duro de roer. Averbou, sem se mexer muito, duas vitórias eleitorais expressivas por interpostas pessoas. E é homem de "métier", o que não é nada desprezível. Por outro lado, a "elite" partidária, desde a dos economistas até outros mais plebeus, não deve estar muito interessada em passar três anos "a pastar a vaca". E depois, se Mendes ganhar as "directas" e "aguentar", não é assim tão verosímil trocá-lo por um vidente de última hora. Quem eu gostava de ver a disputar as "directas", nem que fosse para estar entretido durante uns dias, era Santana Lopes, o eterno defensor da ideia. Este congresso que aí vem é, pois, uma pequena missa solene para saudar o presidente eleito e cuidar de vaga burocracia estatutária. Os peões, os mesmos de sempre, mexer-se-ão, como de costume. Não tenho todavia a certeza que jogo se altere assim tanto. Sócrates pode governar descansado e, no essencial, apoiado até mais ver.

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