Um político, que o é profissionalmente há mais de trinta anos, como Manuel Alegre, deveria ter-se poupado à patética reunião com os seus duzentos apoiantes. Como ele bem sabe, "o poder dos cidadãos" exerceu-se livremente no último domingo. Descontando os candidatos líderes de partidos que tiveram de prestar contas às respectivas seitas, Cavaco dissolveu imediatamente a maioria que o elegeu e Soares compreendeu a mensagem, retirando-se discretamente de cena. Não foi por acaso que isso aconteceu com os dois candidatos politicamente mais "maduros". Alegre nunca percebeu nada do acaso que lhe foi parar às mãos - antes, durante e depois da campanha e do voto - e quer perpetuar o equívoco. O tempo, "esse grande escultor", encarregar-se-á de lhe explicar que não vale a pena. O país, para bem ou para mal, está "arrumado". Seguiu em frente, como se esperava, e daqui a uns meses ninguém se lembrará de Alegre, a começar pelo milhão e tal que votou nele essencialmente contra qualquer coisa. Prolongar uma fantasia é apenas juntar mais fantasia à que já existe.
1 comentário:
E quem não o vê ou é cego ou então não merece os votos que teve.
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