11.1.06

SEMI-FRIA

Deu-se muita relevância ao facto de Mário Soares ter admitido que a sua recandidatura poderá ter sido um erro. Horas depois "o erro mudou", a "agenda" também e Soares prometia luta até ao último minuto da última hora. Ao seu lado estava Lacão e é impossível que Soares não tenha pensado se não tinham ninguém melhor para mandar. Parece que a breve descida à Terra de Mário Soares continua a comover algumas pessoas. A mim interessou-me muito mais outra coisa que ele disse. Apesar do "a culpa é minha", Soares fez questão em dizer que tinha sido por causa das "pressões" do PS e, particularmente, do seu secretário-geral que se tinha candidatado no final do verão. Esta "lembrança" visa o que se vai seguir a 22 de Janeiro e não tanto a explicação da derrota que Soares intimamente intui. Soares quer continuar a influenciar o partido de que foi fundador e, para o efeito, quer ter as mãos livres de Sócrates. Não tardará muito tempo e vamos voltar a vê-lo, numa televisão qualquer, a demolir metodicamente o governo e a sua liderança. A vingança já não se serve completamente fria.

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