Soares é fixe...
Um grupo de anacoretas transversais aos dois principais partidos, desta vez em número de 30, apelou ao "consenso" em sede de finanças públicas, para salvar a consolidação orçamental, como se ela tivesse salvação. Estas estimáveis luminárias não perceberam que o "clima" não é o melhor para consensos gelatinosos. A moleza da indiferenciação, nos dias que correm, é o que melhor convém ao processo de afundamento social, económico, cultural e cívico "em curso". Bem andou Mário Soares que, num artigo na Visão e hoje na televisão, disse que era fundamental "separar as águas" e estar disponível para rupturas. Deve saber-se com quem se está e contra quem é preciso travar combate, escreveu. Neste momento, qualquer tentativa de consenso, seja em que sector for, é um puro equívoco. Apenas nos olhos de Durão Barroso brilha uma esperança que mais ninguém vê. Uma vez mais, ele sabe que tem que acontecer qualquer coisa, só não sabe é quando... Só mesmo o papagaio do "regime", o Sr. Luis Delgado, é que consegue ver coisas extraordinárias no meio desta barafunda devidamente institucionalizada, "maioritária", sem sentido e "SA". Por isso me coloco ao lado de Mário Soares. Há momentos na vida em que é preciso mudar de lugar, curvar noutra direcção e passar a estar num "outro lado" qualquer. Sem consensos.
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