10.1.04

AUTORES PORTUGUESES


Vitorino Nemésio

Os confrades literatos do PSD ( também não há muito mais...), Vasco Graça Moura e Pacheco Pereira, sugeriram um pequeno livro de Esther de Lemos, Estudos Portugueses. Este livro recolhe textos sobre autores portugueses publicados ao longo dos anos por esta antiga professora do secundário, ficcionista e investigadora, que foi deputada, na década de 60, na então Assembleia Nacional. Eu conhecia Esther de Lemos fundamentalmente dos "verbetes" biográfico-literários insereridos na Verbo Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, e gostava da prosa. Com algum jeito, pode aprender-se alguma coisa através desses "verbetes" ou "entradas". Como sugeriu Graça Moura, poderiam igualmente reunir-se em livro estes pequenos e úteis textos de Esther de Lemos e, em particular, estudiosa da obra de Camilo Pessanha. Ao lado de Esther de Lemos, nesses "verbetes" da VELBC, podemos encontrar, entre outros, Jacinto do Prado Coelho. Professor universitário e ensaísta, Prado Coelho dirigiu o famoso Dicionário da Literatura Portuguesa - onde Esther também colaborou - e é autor, entre alguns outros, de três livrinhos de ensaios sobre a literatura, o seu estudo e o seu ensino, especialmente dedicados a autores portugueses, cujos títulos aqui ficam, para juntar à sugestão acima indicada: Problemática da história literária, A letra e o leitor e Ao contrário de Penélope. Em todos eles encontramos belos textos acerca, por exemplo, do Garrett das Viagens, de Pessoa, de Camões ou de Bocage. No último, há uma leitura interessantissima de Os Maias, de Eça de Queirós. Neste contexto de "autores portugueses" que escrevem sobre escritores portugueses, em boa hora suscitado por aqueles nossos dois amigos dos livros, ficam ainda mais duas referências. A primeira é para Vitorino Nemésio e o seu Quase que os vi viver, um livro de "retratos" à altura da erudição límpida de Nemésio, e a segunda para Manuel Mendes, um homem da geração de Abel Manta e de Carlos Botelho, amigo de Raul Proença, Sérgio ou Câmara Reis, e "discípulo" de Brandão, e os seus Retratos de alguns portugueses. Vale bem mais "perder tempo" com estes nossos compatriotas doutros tempos do que com muitos dos "destes".... Nem que seja para se provar que nem tudo é mau.

1 comentário:

CPrice disse...

nas minhas pesquisas sobre Esther de Lemos vim parar aqui. Escrevi sobre ela há um tempo atrás, não encontro nada dela à venda.
Mas tem razão.
Uma mais valia na nossa língua. para mim acrescida do facto, da sorte, de ter sido minha professora de Literatura.
Gostei de ler.
:)