26.12.11

O MITO DAS "BOAS NOTÍCIAS"

Algumas pessoas, algumas delas genuinamente boas pessoas, reclamam por "boas notícias". Mas algumas dessas pessoas, genuinamente boas pessoas (recordo que o extremo da "bonzice" foi atingido por Guterres, a verdadeira personificação da "boa pessoa"), foram das que mais contribuíram nos derradeiros anos para que não haja agora grande margem para "boas notícias". Por isso, a melhor notícia é a autenticidade mesmo quando dói. Uma "boa notícia" mentirosa ou artificial, no fim, acaba sempre por doer muito mais.

4 comentários:

Isabel Metello disse...

Subscrevo inteiramente- os nossos melhores Amigos não são Aqueles que nos dizem, sinceramente, as Verdades cara a cara, sem falsidades e florzinhas apócrifas??? Um falso amigo faz isso???!!!! Jamé (do Lino :-) é politicamente correcto, andando é, tantas vezes, a denegrir-nos, cobarde e vilmente, pelas costas, não tendo a hombridade sequer de nos olhar na retina. Como tal, todos os que foram/são chamados de apocalípticos são, de facto, quem Ama mais a Nação, pois pugnam por uma reformulação estrutural sociocultural que nos aprimore e não nos nivele pela mediocridade que nos tem conduzido a naufrágios constantes. Case study :) para a Pantera Cor-de-Rosa, vulgo, José Sócrates, é tudo um arco-íris- pudera! Vive num luxo adquiridp num flash, é de um egocentrismo tal que é incapaz de se descentrar ao ponto de assumir responsabilidades por tanto sofrimento colectivo e isso vai pagá-lo com juros não pela justiça humana (infelizmente, pois deveria ser criminalizado, mas Pela Divina. É mais uma alma perdida, pois os Portugueses podem padecer do "Síndroma da Memória Curta", mas Deus, que É Universal, não...

Anónimo disse...

Se o Primeiro Ministro tivesse dado "uma mensagem de esperança" e de boa disposição, prenhe de optimismo, seria 'mau' porque demonstraria estar fora da "realidade portuguesa, europeia e mundial"; se tivesse passado uma imagem de dureza austera e comunicado só "sangue, suor e lágrimas" seria 'mau' porque estaria a demonstrar um gosto sádico em torturar os portugueses e a ir "muito para além da Troika", dos Mercados, das previsões, etc - ignorando cruelmente folgas, almofadas, alternativas e toda a espécie de amortecedores psico-económicos-de-bancada que parece que desabrocham intensamente nos valados. Se o PM tivesse sido prudente, verdadeiro nas questões fundamentais que nos tornam dependentes, anunciado reformas, honesto e apenas (muito) moderadamente optimista - procurando congregar - seria 'mau', porque "não é carne nem peixe", porque presta-se a interpretações contraditórias, porque "não é claro", porque "é omisso", etc, etc. A sua mensagem de Natal e de Ano Novo parece-me ter caído nesta última categoria. E não há como fugir à realidade: o País, o Povo, os "agentes", os comentadores são ainda tão sôfregos por orientação paternal e por protecção (real e psicológica) como o eram no passado - desde a o desaparecimento de D. Sebastião, passando pela perda do Brasil até aos aplausos paroxísticos ao Prof. Salazar (talvez por isso, Este último nunca se deixou enganar ou deslumbrar). Ainda mais agora que tudo parece cada mais enterrado numa Longa Noite Económica e Financeira - mais pesada que a "Fascista", plúmbea de 48 anos - nunca haverá maneira de agradar a tantos (porque são muitos) comentadores/pensadores aposentados: cada um tem uma situação financeira diferente, cada um serve um partido ou um amo diferente, cada um tem uma missão diversa que lhe é pré-atribuída; cada um tem uma ideologia política diferente e uma cartilha que o formatou. Em termos reais, não existem para nós verdadeiras "boas notícias" desde que a Europa era apenas uma promessa. A partir de 1992 e de Maastricht, altura em que o País se vergou estúpida e imprudentemente a uma moeda e a um tipo de vida que jamais poderia sustentar, tem sido um camuflar constante de sinais eloquentes de gravidade. E de produção - isso sim - de muita mentira.

Ass.: Besta Imunda

André disse...

Eu quando reclamo por «boas notícias» reclamo por notícias com qualidade. O problema maior é a qualidade das «más» notícias. Qualidade essa que já nem cabe na palavra «sensacionalista». Abc.

Sushi disse...

Ou, como diria Bernardo Soares, "o sonho não consola, porque a vida dói mais quando se acorda. (...) o sono não repousa, porque o habitam fantasmas, sombras das coisas, rastos dos gestos, embriões mortos dos desejos, despojos do naufrágio de viver."