5.10.11

PORREIRO, PÁ


A sra. Merkel esteve em Bruxelas com o nosso venerando dr. Barroso. Antes ou depois disso, no parlamento europeu, elogiou Portugal e forneceu-o como exemplo à Itália quanto ao sucesso no cumprimento de medidas devidamente concertadas. Até parecia que a Europa tinha, finalmente, recomeçado a funcionar. De tal forma que Merkel e Barroso, dois fervorosos entusiastas do extraordinário tratado de Lisboa, já falam em revê-lo. Porreiro, pá.

4 comentários:

Daniel Santos disse...

uma sintonia comovente.

Anónimo disse...

...não se sabe bem 'o' que irá substituír a frau Merkel depois da esperada derrota eleitoral; anda há demasiado tempo pelos ecrans, nos noticiários e nas cimeiras - sem resultados; a pastelice acinzentada da política europeia perdeu sentido, assim como perdeu cor. Os mercados de capitais, os corretores, os credores, os 'investidores' (os chineses e outros que tais) continuarão a falar mais alto. Quanto a Barroso, inaugurou um novo e desesperado estilo: o estilo dos discursos marcantes, das frases memoráveis, dos exemplos ardentes, do teatro da 'construção europeia', das alegorias patéticas (a sua formação maoista é como o leite materno - indisfarsável, esbracejante). O "Tratado da UE", hiper-super-acrescentado com espessíssimas adendas de Maastricht a Lisboa, é um labirinto jurído, um dédalo mortal, uma armadilha sádica para interpretadores incautos, é um cemitério de embaixadores, é uma aldrabice para subjugar sem guerra nações e povos inteiros a comprar bugigangas europeias a elevadíssimo preço - de modo a permitir que a europa do Norte viva bem e os ciganos do Sul se mantenham pobres e ciganos. Lembra o socialismo de Guterres: em vez de acabar com os pobres, rompendo crassos e viciosos ciclos, multiplicam-se os ditos pobres atirando dinheiro sobre os seus estéreis modos de vida - para que possam, cheios de fertilidade, reproduzir mais e mais pobres. Agora que os bancos "europeus" (verdadeiramente europeus, louros, nortenhos, de ar frio e húmido, góticos, de olhos azuis) estão para caír na falência, a "europa" decide-se enfim a agir - desenfiando-se, desenroscando-se a custo das almofadas do sofá. Que rítmo estonteante. Que belo exemplo de liderança e objectivos. Que confiança nos ensopa a todos. Que estatura superior de líderes. Que porreiro.

Ass.: Besta Imunda

jpt disse...

na mouche

Nuno Castelo-Branco disse...

Óptimo! Até sugiro que para uma maior proximidade entre Portugal e a manta de retalhos que em má hora Vítor Manuel unificou, inventemos as seguintes marcas:

Góchi, Bérsache, Fundi, Mósquino, Fiasco, Lança, Iveca, Beta Romeu, Roberto Burri, Empório Armandi. O problema é que não temos um Berlusconi, a menos que se chame o Sr. Balsemão para altos cargos. Era mais um golfista a fazer de partenaire ao Sampaio das perninhas a dar-a-dar.