A questão é que PPC não vaio conseguir executar o orçamento de 2012 porque tal é impossível.
A recessão vai diminuir o valor cobrado em impostos; os despedimentos na FP e nas empresas privadas vão pressionar o Orçamento de Estado; o PIB vai diminuir; o país não vai crescer, pelo contrário.
Em suma, esta cura vai matar o país, ainda para cima quando ele já está moribundo.
Quem empresta impõe. 78 mil milhões, diferidos em tranches e vigiados segundo metas, foram as condições. sócrates não queria pedir dinheiro - e pagava juros absurdos; talvez nem a situação horrível da colocação de dívida no mercado sem compradores (um desastre só por si...) fosse suficiente para findar o seu delírio. Aqui - e concordo com a análise feita pelo desbocado Catroga - pinto-de-sousa não se distinguia em nada de Hitler, barricado no bunker, reunindo com estados-maiores exauridos, movimentando divisões imaginárias e exércitos sem munições ou combustível e acreditando numa vitória final que nem à Pirro, nem de nenhuma maneira poderia dar-se; também ele-sócrates achava que "era uma traição" pedir ajuda e que quem não estivesse com ele até ao fim merecia "morrer" (perecer em holocausto). Tudo isto, claro está, uma jogada pulha e apoiada pela frígida Merkel feita para a opinião pública e com fins puramente políticos. Não esquecer que quando se deu o pedido, Portugal estava apenas a dois meses de não poder pagar salários... Resta ao País - haja estratégia económica ou não - cumprir o Acordo para poder mais tarde fazer notar isso mesmo: se as coisas não melhorarem desta vez 'a culpa não é nossa' (por uma vez desde 1814). Paradoxalmente, e sem qualquer tipo de sarcasmo pois seria totalmente inapropriado, sem o Memorando o Governo não poderia ter começado logo a agir: metas bem definidas, déficit a cumprir, impostos a cobrar, enfim um programa e um sítio (ainda que muito mau) por onde começar. Que o Governo não faz ideia do que pretende para fazer crescer a economia não me espanta. Ora a Economia está de rastos. Já estava de rastos. Pior ainda: se não era já inexistente, era tão débil, tão artificial e tão virtual que com o andar da carruagem não é possível já escamoteá-lo. Não vale a pena 'estimular' o que não existe; é necessário criar uma nova economia e isso, só por si, é uma Reforma gigantesca que demorará anos; até que ela, a economia, NÃO SE RESUMA ao Fisco que cobra impostos a pastelarias e oficinas-auto para sustentar a máquina do Estado. Entretanto não há dinheiro. É um facto. É preciso deixar de culpar a(s) conjuntura(s), pois é inútil: ela esteve sempre lá, ela só ajuda a revelar as nossas misérias próprias e incapacidades proverbiais, e a culpa é principalmente nossa - dos agentes políticos e do povo que se vai deixando aldrabar e encalacrar. Não temos independência financeira, recursos; não podemos decidir sozinhos se se vai investir, onde e porquê; não há "new deal" miraculoso nem "investimento público" salvador. Não há.
A nova economia vai demorar anos a criar, pois vai. Todos os "tubarões" que estavam encostados ao Estado estão a levar um aperto considerável. Por exemplo, as construtoras mais dependentes dos investimento público estão de rastos. As que diversificaram clientes, que apostaram em exportar e por isso não estão dependentes do Estado, aguentam-se francamente melhor. É evidente que também passam um mau bocado por causa da pressão fiscal e da crise de pagamentos, mas com toda a certeza sobreviverão. Os que não entraram no jogo, por poderem ser mais independentes e não estarem dispostos a alinhar em financiamentos partidários e comissões a políticos, hoje "riem-se" dos outros que ficavam com as obras públicas, e que já nem têm dinheiro para acabar obras. Estamos a falar de "peixes" MUITO graúdos...
Esta crise vai provocar uma limpeza. Vai obrigar a que os portugueses procurem alternativas ao investimento público. Agora é que vamos ver quem tem estofo. Esperemos que sejam em número suficiente para fazerem crescer a economia, e que o governo, dentro das suas possibilidades, os apoie. O governo não pode injectar dinheiro na economia, mas pode tirar custos de cima das empresas. Olhem para a legislação toda, vejam aquilo que as empresas têm de cumprir e pagar só para dar que "fazer" a funcionários públicos e acabem com isso. Já seria um começo.
4 comentários:
A questão é que PPC não vaio conseguir executar o orçamento de 2012 porque tal é impossível.
A recessão vai diminuir o valor cobrado em impostos; os despedimentos na FP e nas empresas privadas vão pressionar o Orçamento de Estado; o PIB vai diminuir; o país não vai crescer, pelo contrário.
Em suma, esta cura vai matar o país, ainda para cima quando ele já está moribundo.
Ninguém aprende nada com a Grécia.
Quem empresta impõe. 78 mil milhões, diferidos em tranches e vigiados segundo metas, foram as condições. sócrates não queria pedir dinheiro - e pagava juros absurdos; talvez nem a situação horrível da colocação de dívida no mercado sem compradores (um desastre só por si...) fosse suficiente para findar o seu delírio. Aqui - e concordo com a análise feita pelo desbocado Catroga - pinto-de-sousa não se distinguia em nada de Hitler, barricado no bunker, reunindo com estados-maiores exauridos, movimentando divisões imaginárias e exércitos sem munições ou combustível e acreditando numa vitória final que nem à Pirro, nem de nenhuma maneira poderia dar-se; também ele-sócrates achava que "era uma traição" pedir ajuda e que quem não estivesse com ele até ao fim merecia "morrer" (perecer em holocausto). Tudo isto, claro está, uma jogada pulha e apoiada pela frígida Merkel feita para a opinião pública e com fins puramente políticos. Não esquecer que quando se deu o pedido, Portugal estava apenas a dois meses de não poder pagar salários... Resta ao País - haja estratégia económica ou não - cumprir o Acordo para poder mais tarde fazer notar isso mesmo: se as coisas não melhorarem desta vez 'a culpa não é nossa' (por uma vez desde 1814). Paradoxalmente, e sem qualquer tipo de sarcasmo pois seria totalmente inapropriado, sem o Memorando o Governo não poderia ter começado logo a agir: metas bem definidas, déficit a cumprir, impostos a cobrar, enfim um programa e um sítio (ainda que muito mau) por onde começar. Que o Governo não faz ideia do que pretende para fazer crescer a economia não me espanta. Ora a Economia está de rastos. Já estava de rastos. Pior ainda: se não era já inexistente, era tão débil, tão artificial e tão virtual que com o andar da carruagem não é possível já escamoteá-lo. Não vale a pena 'estimular' o que não existe; é necessário criar uma nova economia e isso, só por si, é uma Reforma gigantesca que demorará anos; até que ela, a economia, NÃO SE RESUMA ao Fisco que cobra impostos a pastelarias e oficinas-auto para sustentar a máquina do Estado. Entretanto não há dinheiro. É um facto. É preciso deixar de culpar a(s) conjuntura(s), pois é inútil: ela esteve sempre lá, ela só ajuda a revelar as nossas misérias próprias e incapacidades proverbiais, e a culpa é principalmente nossa - dos agentes políticos e do povo que se vai deixando aldrabar e encalacrar. Não temos independência financeira, recursos; não podemos decidir sozinhos se se vai investir, onde e porquê; não há "new deal" miraculoso nem "investimento público" salvador. Não há.
Ass.: Besta Imunda
A nova economia vai demorar anos a criar, pois vai. Todos os "tubarões" que estavam encostados ao Estado estão a levar um aperto considerável. Por exemplo, as construtoras mais dependentes dos investimento público estão de rastos. As que diversificaram clientes, que apostaram em exportar e por isso não estão dependentes do Estado, aguentam-se francamente melhor. É evidente que também passam um mau bocado por causa da pressão fiscal e da crise de pagamentos, mas com toda a certeza sobreviverão. Os que não entraram no jogo, por poderem ser mais independentes e não estarem dispostos a alinhar em financiamentos partidários e comissões a políticos, hoje "riem-se" dos outros que ficavam com as obras públicas, e que já nem têm dinheiro para acabar obras. Estamos a falar de "peixes" MUITO graúdos...
Esta crise vai provocar uma limpeza. Vai obrigar a que os portugueses procurem alternativas ao investimento público. Agora é que vamos ver quem tem estofo. Esperemos que sejam em número suficiente para fazerem crescer a economia, e que o governo, dentro das suas possibilidades, os apoie. O governo não pode injectar dinheiro na economia, mas pode tirar custos de cima das empresas. Olhem para a legislação toda, vejam aquilo que as empresas têm de cumprir e pagar só para dar que "fazer" a funcionários públicos e acabem com isso. Já seria um começo.
A Besta Imunda tem razão: O Socrates tinha razao quando nao quis pedir ajuda ao FMI...
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