Os tempos estão maus. Estão péssimos. Esta não é uma daquelas crises em que o povo se pode pobremente voltar para a agricultura de quintal e de subsistência - para comer a sua cenourinha e o seu nabinho domésticos e assim sobreviver alguns anos - enquanto o pior passa, para depois retomar lentamente as suas actividades de antes. Não só o povo já não tem saguão, quintal ou horta, como também se os tivesse não saberia o que fazer. E depois não há nada para 'o que regressar' e para 'retomar'. A "Esperança" reveste aspectos diferentes (mais ou menos misteriosos ou intelectualizados) consoante aquele que espera; e não é aferível ou transmissível. E depois devemos colocar a questão "esperança em quê"; a única resposta certa é sempre desagradável: só podemos esperar algo de nós mesmos. Passada a política-Gaspar de "equilíbrio orçamental" e de "estabilização das finanças públicas" ela não poderá simplesmente 'passar' para se regressar à bacorice do costume. A Economia terá de ser reinventada, e terá de ser OUTRA - mantendo apenas o pouco que de bom actualmente existe. Não é viável uma economia de pastelaria e de restaurante; não é viável uma economia de centro comercial ou de grande superfície; não é viável uma economia 'de serviços' que nada têm para servir; não é viável uma economia baseada no andaime, no pó de cimento, na tinta de areia e no viaduto que não vai dar a lado nenhum; não é viável uma economia de "Remax" e "Century-21" - pois é um apenas um circuito fechado de inutilidade e de pobreza. Ou exportaremos no futuro substancialmente mais do que importamos, ou estamos perdidos. Ou produzimos ALGO de diferente, original, de muito bom ou incontornável que mais ninguém produza ou estamos condenados. E ainda assim terá de chegar para sustentar todos... tudo muitíssimo difícil. Para equilibrar teremos de não gastar tanto; para ganhar competitividade teremos de empobrecer primeiro (não tendo assim 'o' que gastar) - a recessão é pois inevitável e até desejável segundo alguns "cruéis". Tudo isto é dramático, negro, terrível. Ontem a dona Judite, no seu programa com Medina Carreira, deu provas de uma grande imbecilidade ao revirar os olhinhos grandes e húmidos em pânico - pois parece que ela julgava que 'lá', na Segurança Social, "havia um cofre com o seu nomezinho onde eram religiosamente depositadas as verbas dos seus descontos milionários; esse cofrezinho seria sagrado e estaria 'lá' cheio de dinheirinho eternamente intocado e à sua espera"; quando Medina lhe disse que esse dinheiro já não existia (e que não ia existir mais...) pois já tinha sido dado a alguém que entretanto o comera e digerira, Judite tremeu de espanto, medo e novidade. E ela é (diz-se) jornalista... É por estas e por outras que a "Esperança" - no País, nas pessoas, nas cabeças, nas inteligências - é cada vez mais escassa.
Esperança contra a esperança(com e minúsculo). Talvez assim se possa interpretar a frase. E João Paulo II foi bem um exemplo de Esperança contra todas as adversidades,de resistência e de sobrevivência voluntariosa contra todos os desastres pessoais e institucionais. Não concordei,nem concordo som muitas das suas posições,pois a Igreja pode ser outra coisa,e ser Igreja.É a sua própria História. Mas a solidez de João Paulo,sólido como a rocha,Tu es Petrus,é uma inspiração para muitos,até a nivel pessoal,quando persistem em resistir e sobreviver quando à sua volta tudo se desmorona.
4 comentários:
Esperança de quê? De que injustiças destas tenham um fim? http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2064326
Os tempos estão maus. Estão péssimos. Esta não é uma daquelas crises em que o povo se pode pobremente voltar para a agricultura de quintal e de subsistência - para comer a sua cenourinha e o seu nabinho domésticos e assim sobreviver alguns anos - enquanto o pior passa, para depois retomar lentamente as suas actividades de antes. Não só o povo já não tem saguão, quintal ou horta, como também se os tivesse não saberia o que fazer. E depois não há nada para 'o que regressar' e para 'retomar'. A "Esperança" reveste aspectos diferentes (mais ou menos misteriosos ou intelectualizados) consoante aquele que espera; e não é aferível ou transmissível. E depois devemos colocar a questão "esperança em quê"; a única resposta certa é sempre desagradável: só podemos esperar algo de nós mesmos. Passada a política-Gaspar de "equilíbrio orçamental" e de "estabilização das finanças públicas" ela não poderá simplesmente 'passar' para se regressar à bacorice do costume. A Economia terá de ser reinventada, e terá de ser OUTRA - mantendo apenas o pouco que de bom actualmente existe. Não é viável uma economia de pastelaria e de restaurante; não é viável uma economia de centro comercial ou de grande superfície; não é viável uma economia 'de serviços' que nada têm para servir; não é viável uma economia baseada no andaime, no pó de cimento, na tinta de areia e no viaduto que não vai dar a lado nenhum; não é viável uma economia de "Remax" e "Century-21" - pois é um apenas um circuito fechado de inutilidade e de pobreza. Ou exportaremos no futuro substancialmente mais do que importamos, ou estamos perdidos. Ou produzimos ALGO de diferente, original, de muito bom ou incontornável que mais ninguém produza ou estamos condenados. E ainda assim terá de chegar para sustentar todos... tudo muitíssimo difícil. Para equilibrar teremos de não gastar tanto; para ganhar competitividade teremos de empobrecer primeiro (não tendo assim 'o' que gastar) - a recessão é pois inevitável e até desejável segundo alguns "cruéis". Tudo isto é dramático, negro, terrível. Ontem a dona Judite, no seu programa com Medina Carreira, deu provas de uma grande imbecilidade ao revirar os olhinhos grandes e húmidos em pânico - pois parece que ela julgava que 'lá', na Segurança Social, "havia um cofre com o seu nomezinho onde eram religiosamente depositadas as verbas dos seus descontos milionários; esse cofrezinho seria sagrado e estaria 'lá' cheio de dinheirinho eternamente intocado e à sua espera"; quando Medina lhe disse que esse dinheiro já não existia (e que não ia existir mais...) pois já tinha sido dado a alguém que entretanto o comera e digerira, Judite tremeu de espanto, medo e novidade. E ela é (diz-se) jornalista...
É por estas e por outras que a "Esperança" - no País, nas pessoas, nas cabeças, nas inteligências - é cada vez mais escassa.
Ass.: Besta Imunda
Esperança contra a esperança(com e minúsculo). Talvez assim se possa interpretar a frase. E João Paulo II foi bem um exemplo de Esperança contra todas as adversidades,de resistência e de sobrevivência voluntariosa contra todos os desastres pessoais e institucionais. Não concordei,nem concordo som muitas das suas posições,pois a Igreja pode ser outra coisa,e ser Igreja.É a sua própria História. Mas a solidez de João Paulo,sólido como a rocha,Tu es Petrus,é uma inspiração para muitos,até a nivel pessoal,quando persistem em resistir e sobreviver quando à sua volta tudo se desmorona.
todos carregamos a nossa cruz.
a dos portugueses é bem pesada
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