21.10.11

AQUELAS CABECINHAS POPULARES

«Ontem, teria ajudado os nossos jovens a não se surpreenderem com o alívio pela morte não do nosso aliado, que nunca foi, mas do nosso sócio, que foi (de Lisboa, Madrid, Paris, Londres, Washington...) Mas, repito, que lhe escondam o corpo! Mal comparado, o tirano Júlio César também foi morto pelos seus (até Brutus...), mas no enterro o amigo Marco António fez um discurso que mudou a opinião da populaça romana sobre César, que de tirano morto virou saudoso chefe. Todos os cuidados são poucos com aquelas cabecinhas populares que ontem nas ruas de Tripoli saudavam a troika salvadora: "Alá, o Comité Revolucionário e a OTAN!"»

Adenda: A generalidade dos "sócios" aplaudiu o morte do homem tal qual as televisões a transmitiram. Dá bem a noção da indigência mental da maior parte das actuais "elites" ocidentais que parece que ainda não entenderam que a democracia onde eles são apascentados não é exportável para aquelas zonas. O MNE português, Paulo Portas, reagiu como lhe competia. Como um homem civilizado.

5 comentários:

floribundus disse...

depois de convenientemente lavado e vestido deviam-no ter entregue ao Tribunal de Haia

Anónimo disse...

"Marc Antony: You all did love him once, not without cause: What cause withholds you then, to mourn for him? O judgment! thou art fled to brutish beasts, And men have lost their reason. Bear with me; My heart is in the coffin there with Caesar, And I must pause till it come back to me.

First Citizen: Methinks there is much reason in his sayings.

Second Citizen: If thou consider rightly of the matter,
Caesar has had great wrong.

Third Citizen: Has he, masters? I fear there will a worse come in his place."

Depois de amado pelo traidor a monte em França, agora estudante de filosofia em Paris, pelo Sarkozy, pelo Blair e pelo nobel da paz Barry Obama, depois do 11 de Setembro, morre agora como Mussolini arrastado pelas ruas por acção destes em conjunto com a BP e das outras petrolíferas, tudo e todos "honourable men".
E quanto ao resto e ao futuro da Líbia, do Egipto e demais da mesma zona geográfica, dispensam-se as análises dos cúmentadeiros, dos politologos, dos junta-letras e dos políticos painelistas do comentário, basta ler Shakespeare: o ditador odioso e homicida está morto e o cadáver violentado, mas o receio é que bem pior tomará o seu lugar.
Pode ser que esta Europa que festeja hoje por um assassinato às mãos da turba, o venha a lamentar no futuro.
Merkwürdig

Isabel disse...

Como já esperava, este blogue alberga o único comentário decente e que se impunha perante a selvajaria a que assistimos. Primeiro Lara Logan, depois Mubarak doente e enjaulado, agora isto...De que espécie de gente estamos a falar? Custa pensar que o mundo árabe se vá tornar ainda mais fanático e brutal. Custa a suportar a pobreza moral(ou será pura burrice?) dos líderes ocidentais.Herculano não me sai da cabeça:"isto dá mesmo vontade de morrer"

Anónimo disse...

Mesmo de um tirano sanguinário, um cadáver merece respeito. Aqueles selvagens que uivavam em nome de Alá deviam saber isto!

Isabel disse...

Fui alertada para imagens no youtube que provam que foi torturado, sodomizado,arrastado, maltratado até à morte. Ontem,Obama o Nobel da paz, dizia em entrevista que não é "agradável de ver", mas que significa que "o povo quer ser livre e que serve de aviso aos ditadores". Os assassinos invocavam o seu deus, enquanto martirizavam um ser humano ferido e indefeso que pedia clemência. Que espécie de gente é esta(Obama incluído)?