29.10.11

ABSOLUTO DISPARATE


À semelhança de António Costa, presidente da CML, também me parece um absoluto disparate a possibilidade de fechar estações do Metro de Lisboa às 21 ou às 23 horas. A frota da Carris já tinha sido significativamente reduzida a partir das 20.30 e restava o Metro. Só a quem não usa transportes públicos entre a madrugada e noite alta para ir e vir dos locais de trabalho, ou que apenas conhece Lisboa de a ver da janela do carro, é que lhe pode passar uma "ideia" destas pela cabeça. Lisboa morre a partir do crepúsculo, é certo, porque a maior parte das pessoas vive na sua periferia. Mas é justamente esta gente - e não os meninos e as meninas que exigem automóvel próprio ou o dos papás para a "noite" - que precisa do Metro ou do autocarro para as "ligações" com essa periferia, a partir, por exemplo, das estações do Campo Grande, do Jardim Zoológico, do Cais do Sodré ou do Colégio Militar. Por outro lado, não é assim que se pode apelar para deixar o carro à porta de casa. Haja, pois, bom senso.

22 comentários:

Anónimo disse...

(não é para publicar, por favor, mas a imagem da rede está bastante desatualizada). Quanto ao conteúdo do post, subscrevo-o inteiramente. Uma coisa é racionalizar a rede de transportes públicos, mas isso implicaria que houvesse uma articulação eficiente, o que está muito longe de acontecer em Lisboa.

João Gonçalves disse...

Eu sei,obrigado. É apenas ilustrativa.

floribundus disse...

só por penitência alguem anda de metro depois das 20h.
os marginais são mais que os passageiros.
disputam o freguês a pontapé e facada

H.R. disse...

Rematado disparate, sim! Vê-se bem que não precisam de metro e autocarro para voltar para casa depois do trabalho. Ou pensarão que todo o mundo sai às seis ou sete e mora no centro? Só me custa que seja o Costa de uma cidade cada vez mais caótica e suja a vir dizer tal evidência...

sampy disse...

Caro João Gonçalves, na frase "O Metro é uma empresa falida", qual é a parte que lhe é difícil de compreender?
Mas estou consigo: seria imensamente preferível que o Estado cortasse mais uns salários aos funcionários públicos para continuar a subsidiar as viagens nocturnas do Metro.

João Gonçalves disse...

Sampy, estou a rever na tv o epeisódio V da Guerra das Estrelas. Vc. pertence a que nave? Falido está o país todo e, parece-me, ainda não está para fecho.

João Gonçalves disse...

Episódio.

Bmonteiro disse...

Caro JoãoG.
Com tanta gente a ir a Londres, parece ninguém ter retido este horário local, no Metro.
Há um ano, confirmei um dado retido em 1973, na 1ª ida.
Encerra ás 24h00, excepto aos Domingos, ás 23h00.
Véspera de uma semana de trabalho?
Mas com administradores que apesar de concordantes com os seus salários actuais, se consideravam mal pagos, que fazer?
(Caso Carris, 10 mil euros).

sampy disse...

Caro João, como já percebeu, a minha nave é daquelas que estaciona à noite.
Quando eu era pequenino, perguntei ao meu pai porque é que não tínhamos metro na nossa cidade como os de Lisboa. Disse-me ele: "Não podemos, porque estamos a pagar o de Lisboa". Passaram-se 40 anos, e por aqui continuamos a pagar o metro de Lisboa. E agora o do Porto também. Imagine, pois, o que tenho vontade de dizer daqueles que pensam ter o direito adquirido de viajar de metro, de dia ou de noite, às custas de todo um país...

Aladdin Sane disse...

JG: não tem de quê.

floribundus: assusta-se assim tão facilmente? :) Exagera! um dos motivos para andar de metro - a qualquer hora - é mesmo a segurança, ao contrário dos autocarros ou da famosa Linha de Sintra.

BMonteiro: não sou liminarmente contra esses horários, mas aqui a proposta parece ir para as 21h - pelo menos na linha amarela. Isso não traria grandes problemas se, como referi no 1º comentário, houvesse uma articulação eficiente da rede de transportes. O que não é o caso.

sampy: demagogia? os coitadinhos estão de volta: "estamos a pagar o Metro de Lisboa e também o do Porto". Não sei em que cidade vive (Fundão? Évora? Quarteira? Tondela?), mas Lisboa e o Porto estão inseridos em Áreas Metropolitanas onde residem, respetivamente, 2,5 milhões e 1,5 milhões de habitantes. Queira explicar, por favor, ao seu filho que a cidade onde vive não tem massa crítica para dispor de uma rede de "Metro".

Carlos disse...

Sampy, as pessoas que viajam de metro, em Lisboa ou no Porto, pagam bilhete -- pelo menos, as honestas -- e, como no resto do país, impostos, impostos estes que também sustentam coisas que existem noutras partes do território nacional e que, provavelmente, nunca utilizarão. Mais: as que mais usam o metro à noite são as que se deslocam do trabalho para casa e que não têm carro; trata-se, portanto, de uma necessidade e não de um capricho ou de um luxo.

Anónimo disse...

Sampy,
Com simpatia,
Uma das virtualidades da democracia é dar um metro a cada cidade. Já têm rotundas, semáforos, piscinas e campos de futebol. De facto porque é que ninguém reivindica também o "seu metro na sua cidade" mesmo que não precise. Boa gestão é outra coisa e todos temos a obrigação de exigir eficiência na gestão da "coisa pública- é isso, apenas".
"a inveja é a base da democracia"- Bertand Russel.

Anónimo disse...

È como a proibição de fumar em locais publicos e restaurantes. Já estamos habituados. E com os subsidios de ferias e Natal tb vai ser assim: daqui a quatro anos ja estamos habituados...

Anónimo disse...

Não ha Metro, vão de taxi.

Anónimo disse...

Com 12 horas de desactualização também posso assegurar que estava a ver o Episódio V. Quanto à Carris, julgo não ser demais acrescentar ou recordar que uma "redução da oferta" não só é bem vinda como é necessária - desde que feita com inteligência: os percursos dos autocarros da Carris - durante o dia e durante a 'noite' - são de uma irracionalidade total em certas linhas. Os veículos-amarelos dão voltas e voltas (mesmo numa malha urbana rectilínea...) só para ir do ponto A para o ponto B; por vezes fazem 180º; a distância entre paragens é absolutamente idiota, algumas distam - NA MESMA RUA - apenas 70 metros umas das outras; 'sente-se' que, devido a pedinchices constantes e a demagogia assistencialista, os pedidos "de velhinhas" para ter uma paragem à porta de casa foram quase todos satisfeitos. Com o Metropolitano isso é impossível. Este meio de transporte não só devia ser alargado (mas não há dinheiro...) como não devia ser objecto de modificações de horário irracionais e contraproducentes. Julgo que o mais 'esperto' será prolongar as linhas várias do M com autocarros que as completem enquanto não são construídas; e que se acabe com linhas paralelas e/ou sobrepostas. Como não é possível mudar o M de sítio, pois que se mudo a linha de autocarro.

P.S. A nobre Rua onde moro (com um PER no seu extremo) está equipada com 3 (três) paragens de autocarro, distantes entre si não mais de algumas dezenas de metros e não chegando de modo nenhum a 100 metros; em todas elas, de manhã, o autocarro para para recolher uma ou duas pessoas - em vez de recolher 6 a 7, ou 10 a 12 gastando menos travões, pneus, combustível e tempo. O traçado e as estações do M tem andado ao sabor de interesses privados do imobiliário e do futebol - para os quais os compadres Sampaio e Joãozinho tiveram sempre uma postura mais atenta.

Ass.: Besta Imunda

Dédé disse...

RECOLHER OBRIGATÓRIO Governo quer METRO a encerrar às 23. Segue-se o quê? O Facebook, a Bloga e o Twitter?

H.R. disse...

---------- Forwarded message ----------
From: Helena Rodrigues
Date: 2011/10/30
Subject: Fechar o metro de Lisboa mais cedo?! Eliminar linhas nocturnas de autocarros?!
To: pm@pm.gov.pt
Cc: gmee@mee.gov.pt, seoptc@mee.gov.pt, seturismo@mee.gov.pt, gseaedr@mee.gov.pt, gseemprego@mee.gov.pt, gseeci@mee.gov.pt, gseenergia@mee.gov.pt, seap@mf.gov.pt, gseapm@pm.gov.pt, gab.mf@mf.gov.pt, gabinete.msss@msss.gov.pt


Senhor Primeiro Ministro de Portugal:

Como residente na periferia de Lisboa, leio e ouço com grande preocupação e total estupefacção as notícias sobre alegadas (e não desmentidas) intenções do Governo, segundo proposta do Sr. Ministro da Economia, em cancelar os serviços de metropolitano a partir das 23h (ainda mais reduzidos depois das 21h) e em eliminar linhas nocturnas de autocarros, nomeadamente as que permitem ligação do centro da cidade à periferia.

Como contribuinte, e como cidadã afectada por decisões desse tipo relativamente aos transportes públicos, muito agradeço que me informe sobre o seguinte:

- Que meio de transporte público está o Governo a considerar para servir os milhares de contribuintes que regressam tarde a suas casas na periferia de Lisbo, muitos deles obrigados a horários de trabalho que lhes não permitem regressar mais cedo e fruir o lazer a que outros mais abonados têm direito?

- Ou estará acaso o Governo a pensar impor o recolher obrigatório?! É que, na prática, para quem não se desloque em viatura própria e não tenha como pagar táxis, é a isso que se condena uma parte importante da população que trabalha em Lisboa e vive nos subúrbios.

Maria Helena Rodrigues
NIF 127165649

john disse...

Naturalmente, subscrevo. Muito bem, João.

Anónimo disse...

É de temer que o bom senso há muito esteja perdido. Por melhores que sejam as intenções, por absolutamente cruciais que sejam os objectivos e o seu atingimento, este parece ser, na forma acidentada e avulsa como as coisas são apresentadas (veja-se o caso dos cortes nas pensões dos "políticos") um governo levado pelas (e não liderando) as circunstâncias. Há que cortar custos. É tudo. E tudo vale.

Mais, se por exemplo o ministro Relvas diz o que diz, levando-se - presume-se - a sério, sobre a questão dos doze ou catorze pagamentos salariais por ano, porque não fechará o metro de Lisboa às 23:00? Ou às 14:37? Ou as 03:21? Ou quando der na realíssima gana de quem quer que seja e apenas porque sim?

Uma coiaa é certa: enquanto andarem por aí ufanos, arrogantes e impunes os que nos trouxeram a esta catástrofe, seja "estudando" em Paris, seja vomitando sobre nós a partir da sua posição parlamentar (para onde, incrivelmente, ainda houve quem os levasse) ou do palco da "comunicação social", onde ainda são amplamente idolatrados, enquanto assim for, um cêntimo que levem dos nossos salários ou um minuto a menos nos serviço de metro - e tudo o que fique entre ou para lá destes exemplos - representará um acto de iniquidade absoluta e quase tão repugnante como a acção desses que, porque absolutamente impunes, são de facto, no poder ou na oposição, os absolutos donos do regime.

A quem estamos vinculados em verdadeira servidão.

Costa

Anónimo disse...

a empresa Metro de Lisboa andou a gastar o dinheiro todo na decoração de estações encomendadas a artistas (sim, a estação do Parque é belíssima, sem dúvida a minha preferida), não expandindo a rede como em qualquer capital europeia e prejudicando agora a disponibilidade horária (ontem vim de Madrid e recordo que por lá o mtero abre às 6 da matina e fecha à 1.30.., e é enorme e tem linhas que nunca mais acabam, dá para ir a todo o lado, era um metro assim que eu queria, mesmo com estações esquálidas e mal arranjadas cumpre a sua função essencial: transportar passageiros com eficiênciua e rapidez.

Anónimo disse...

AHHH e as estaçoes de Campo Grande que dista 400m de Telheiras? Grande empreendimento no inicio de Telheiras que nao deixou o metro entrar mais no bairro, nao servindo como deveria ser...

Carlos Medina Ribeiro disse...

Para se ter uma ideia de como, em Lisboa, os transportes públicos são acarinhados, vale a pena ver a imagem acrescentada, no fim, aos nunca atribuídos (e nem sequer reclamados) Prémios António Costa:
Trata-se de uma paragem da Carris, bem no coração da Baixa da capital, e que é (desde tempos imemoriais) usada como parque de estacionamento de... uma Escola de Condução.
Passem por lá, ou vejam [AQUI]: