12.9.09

HERRERO ENCARNA EM "POLITÓLOGO"


Não há muito tempo, quando ainda tinha graça, Herman José levava aos seus programas um tal professor Herrero. O professor era um medium suburbano com o que lhe restava de cabelo penteado ao contrário. Tinha uma "ajudante" que fazia aparecer e desaparecer nas circunstâncias mais bizarras. Inteira ou aos pedaços. E escreveu um livro intitulado "o cagalhão na tola". Quando leio e ouço alguns "politólogos" de serviço ao regime - deve ser por causa das "novas oportunidades" do admirável líder que há para aí uns cem "politólogos" por habitante como se verá logo à noite - lembro-me sempre do simpático professor Herrero. Veja-se o caso deste crónico. É apresentado como "politólogo" - quando se sabe que é militante destacado do PS (deste PS albanizado e acéfalo) e não propriamente do PS vegetal em que o admirável líder converteu uma agremiação com um módico de pergaminhos. Declara esta personagem que Ferreira Leite "não domina a palavra" embora "esta negação das formas tradicionais de fazer política [não ser aldrabona e retoricamente vazia] revela-se mobilizadora." Conclui, com o seu saber "condensado" e inacessível próprio do enorme "politólogo" que é, que tal "só pode ser visto como um perigoso sintoma de empobrecimento do sistema político, com a agravante de não inaugurar nada de novo [a contrario, o chefe dele enriquece o "sistema político" com o seu perfil shallow e "inaugurador" de uma maneira de "estar na política" que produz, por exemplo, Carolinas Patrocínio]" e que, last but not the least, "não podemos esperar de quem fala mal que pense bem.» Se isto não é um cagalhão na tola do surfista "politólogo", não sei o que é que o professor Herrero queria dizer. Mas vou ler.

11 comentários:

Carlos Botelho disse...

Esta noite, na tsf, para "comentar" o debate Ferreira Leite / Sócrates, teremos Pedro Adão e Silva e Pedro marques Lopes. Para "comentar".

mcorreia disse...

Na SICN, com Luis Delgado, Bettencourt Resendes e Ricardo Costa, vai, com certeza, haver uma inundação de baba.

Anónimo disse...

É só atirar ao ego que admirável cai que nem tordos.

João Carpinteiro disse...

Quando eu era miúdo (chiça, que até parece um fado!), ficava fascinado com o inesgotável verbo dos vendedores de banha de cobra que pululavam por Lisboa, mala de cartão na mão, donde tiravam uns frascos com um líquido amarelado e com umas coisas esverdeadas a boiar lá dentro. Depois de uma interminável conversa sobre o mal de que padecera o desgraçado que havia deitado cá para fora aquelas coisas (era sempre um senhor de Vila Franca), o vendedor tirava então da mesma mala uma pequena embalagem, sempre dizendo que tinha lá muitas mais, e mostrava finalmente aos papalvos o produto milagreiro com que curara o dito senhor. E, tudo isto, era dito sem a mínima falha de articulação, português perfeito (a fazer corar de vergonha os nossos politólogos) e em estrita obediência aos preceitos da retórica. Eu, pela minha parte, achava aqueles números divertidíssimos, apenas com um senão: a cobra (gioconda, como lhe era chamado) nunca saia da mala. Era a decepção, e, ainda por cima, uma decepção sempre renovada! Vem isto a propósito dos avençados que por aí abundam, coitados sem sequer imaginarem que não passam de uma caricatura cómica dos velhos vendedores de banha de cobra, com a suprema desvantagem de pensarem e falarem bem pior que eles. They live.

Unknown disse...

Tanto "marcelino" fono-plumitivo!!
E haverá "recipientes culinários" para todos estes psitacídeos domesticados?...

Anónimo disse...

Mas o que é que raio é um politólogo?

Onde se tira o curso?

É dado pelos partidos?

E o referido sujeito tem no cartão de visita por baixo do nome "politólogo"?

E esta gente que ganha dinheiro a debitar baboseiras é "credenciada" por quem?

Que raio de informação esta que esat gente presta?

E ainda falam da Manuela Moura Guedes?

Joaquim Alves

Mani Pulite disse...

Tal como em França é famoso o Poulet de Bresse,em Portugal a fama do Pinto de Maçada não tem limites.Tendo em conta os actuais riscos com o vírus,o cagalhão do professor Herrero adoptado pelos comentaristas , politólogos e sondadeiros como símbolo do seu mister foi objecto de aprofundadas análises no Instituto Ricardo Jorge.Todas chegaram à conclusão que o cagalhão era do Pinto de Maçada.

fado alexandrino. disse...

Desconfio de todas as pessoas que tenham um "e" no nome.

Anónimo disse...

«responder aos males nacionais»
Tem este 'crónico' muita e sábia razão.
Um dos comportamentos que desapareceram nesta campanha eleitoral, foi o de ver os candidatos, num palco e acompanhados por uma dezena de acólitos, aos saltinhos.
Como a imagem que guardo de Paulo Portas,
à voz de quem não salta não é ..., todos aos saltinhos.
O mundo que estamos a perder.
Ainda quanto a este 'crónico', diria que vamos perder um mundo de papagaios.
Definitivamente.
JB

Garganta Funda... disse...

Actualmente Portugal tem mais "politólogos" do que gente infectada com o H1N1.

Quando abro a televisão normalmente avisto a Ministra da Gripe A e o seu inefável Director-Geral, e para muita pena minha não aparece nenhum Ministro ou Director-Geral que nos previne e nos vacine contra esta praga de "politólogos" e de "comentadores avençadas e assalariados" que o regimen sucialista distribui pelos vários canais de "informação" como de serviços mínimos se tratasse....

(O Herman José - no tempo em que tinha graça e miolos - contemporizou com dois grandes vultos da "coltura" nacional, o Prof.Herrera e um tal Prof. Alexandrino que num momento de inspiração divina arguiu: "firme e hirto como uma barra de ferro".
Na verdade, receio bem que esta espécie de país, com estes politicos travestidos, com estes "politólogos" aldrabões e mais alguns "cientistas sociais" à mistura continue "firme e hirto" nesta miséria e nesta bandalheira.)

Cirilo Marinho disse...

Caro João:

A comparação desmerece inequivocamente o senhor da fotografia.

Não só é uma pessoa bastante inteligente, como é anti-supersticioso (só por si é bom sinal) e domina ainda as artes da hipnóse.

Como explicação para o título do livro, informou que o objectivo é que a merda esteja fora da cabeça.

Vai-se ver até era capaz de dar um bom politólico.