«"O animal defende a queima de livros", terá dito Carrilho para Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros e diplomata atento aos pormenores, como aquele de conseguir distinguir o centro de detenções de Guantánamo da base militar de Guantánamo. "De acordo, de acordo. Mas só os escritos por judeus...", terá respondido o rigorista cofiando a barba. "Além disso, andamos a ver se o Egipto nos dá uma mãozinha para entrarmos no Conselho de Segurança... Imagine o prestígio que isso traria a Portugal!" E foi quando Carrilho suspirou, lembrou-se do Heine e teve saudades da filosofia moral de Kant.»
Meditação na Pastelaria
*Spinoza, Ética
Meditação na Pastelaria
*Spinoza, Ética
6 comentários:
Fiz a recensão desse livro há muitos anos ( para uma revista do ISMT).
É triste de facto que não se vote por convicção mas por interesse e, neste caso, um interesse completamente ridículo que era apoiar o candidato egípcio a troco de um eventual apoio do Egipto na entrada de Portugal como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU. Face à discordância manifestada, Carrilho só tinha uma opção: demitir-se de embaixador da Unesco o que, infelizmente não fez. É que
Carrilho está, em primeiro lugar, a representar Portugal e o governo português.
As intervenções do MNE Amado, mal-amado ou mesmo desamado, por certo, de grande parte dos seus compatriotas, que não têm culpa de o sofrer no cargo,ao lado do PM em campanha eleitoral desembestada, deixam qualquer um espantado com a dimensão dos dislastes proferidos.
E havia quem o considerasse do melhor estofo político-cultural existente no governo Sócrates.
Que enorme decepção : até o vimos e ouvimos a falar da Ibéria, como se de uma entidade política se tratasse.
Peça lá ao Medeiros Ferreira que faça a este ainda MNE a caridade de umas noções de Política pura e no balanço também de Geografia, para não misturar conceitos.
Boa sorte para Domingo.
Não quero ser desmancha prazeres mas Carrilho tinha tido mais honra se se demitisse, assim equivaleu-se a um acto romântico.
Estive a ler o artigo de Bernard Henri-Lévy sobre o senhor Hosny que o I publicou. A razão para tão grande interesse do governo de Sócrates nesta eleição deve estar expressa neste parágrafo:
"Além disso, como se tal não bastasse, (Farouk Hosny) lançou-se recentemente contra bloguistas, utilizadores do Facebook e outros internautas, publicando uma lei, a ser promulgada no Egipto, que prevê a pena de prisão em 'caso de utilização abusiva da Internet'."
Obrigada pelo link.
Enviar um comentário