4.1.07

LER OS OUTROS


O Augusto M. Seabra escreve aqui, às segundas-feiras. O artigo desta semana e primeiro do ano - "Uma nomeação na ópera" -, partindo da substituição do director da Ópera de Paris e da maneira como a tutela francesa da cultura resolve estas questões, acaba indirectamente por falar de nós. Das nossas trapalhadas, da nossa ignorância, do nosso "capelismo" e da nossa insolência saloia. "A responsabilidade da tutela, no âmbito da sua própria legitimidade política, é ainda assim a de intervir tendo em conta que o regular funcionamento das instituições culturais públicas não deve ser afectado por decisões directamente da esfera do político, e que essas decisões se tomam dentro de quadros estatutários e legais e tempos ditados pela própria complexidade das matérias do espectáculo. Salvo em situações absolutamente excepcionais, que em princípio são de um modo ou de outro a de crise declarada na própria instituição, a nenhum governante da cultura responsável, e que responsavelmente esteja ciente do que é a esfera de competências e decisões e os limites da arbitrariedade no exercício do seu legítimo poder de governação, a nenhum governante da cultura responsável deverá ocorrer, supõe-se, precipitar alterações na estrutura e nos quadros directivos de equipamentos públicos como teatros nacionais de ópera ou congéneres, sob pena de perturbar o fundamental, que é a própria prestação de uma possibilidade de serviço público, de serviço ao(s) público(s)."

2 comentários:

Carlos Sério disse...

Por cá a ingerência politico-partidária em todos os campos da vida nacional está a tornar-se asfixiante e completamente empobrecedora de toda a actividade nacional.
E o mais triste e lamentável é que este problema se torna ainda mais grave por cada governo que passa.

Anónimo disse...

Apenas uma sugestão : mandar este post com sublinhados e algumas explicações complementares, tipo exemplos, aos governantes culturais deste país!
Enfim é só uma ideia desesperada.
Um abraço