Ontem, num telejornal, apareceram pelo menos três grandes defensores do "sim". O senhor engenheiro, o sr. Jerónimo de Sousa e o dr. Louçã. Fizeram-me lembrar a campanha das presidenciais que tão brilhantes resultados trouxe às "esquerdas". O senhor engenheiro, naquela linguagem mista entre o gestual e de professor primário dos anos 50, explicava pacientemente aos camaradas como se devia estar e não estar simultaneamente a favor da causa. Jerónimo de Sousa aproveitou o aborto para mais uma bravata contra o seu colega do "sim" - o referido engenheiro - e terminou agarrado aos camaradas a cantar o hino dele, o "avante, camarada, avante, o sol brilhará para todos nós". E o dr. Louçã, finalmente, qual amanuense dos serviços prisionais, persistiu em ligar aborto a prisões e vice-versa, como se alguém estivesse preso à conta do dito. Qualquer dos três prestou um excelente serviço à campanha do "não" e, pior do que isso, à abstenção. É que, olhando para aquelas três tristes figuras, quem é que tem vontade de votar?
1 comentário:
Realmente... gostei do sarcasmo.
Eu até que encontro ideologias de esquerda que me fascinam, só tenho pena que em Portugal as figuras que deveriam defender essas mesmas ideias são... aquilo que são.
Quanto ao aborto continuo com a minha ideia, o "Não"! Até porque é mais do que uma questão partidária, política, religiosa, ideológica, económico-social... é no fundo uma questão humana. E como humanista que me considero não posso ficar indiferente ao que se passa.
Ainda há pouco estive a ver no jornal uma manifestação francesa pelo não, num país onde a liberalização do aborto foi vinculada há trinta anos. Isto sensibeliza qualquer um que se sinta no direito de vetar a vida a um ser. A hipocrisia parte daqueles que se escondem para cometer tais actos criminosos.
Bom, acho que já estou a fugir ao assunto. Isto tudo só para dizer que gostei do blog.
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