Não é por causa das companhias que eu deixo de gostar da Paula Teixeira da Cruz, do Carlos Abreu Amorim ou da Helena Matos."Por uma vida de escolhas"? Com certeza. Não fazemos outra coisa, desde que nascemos até que morremos. Todavia, para escolher é preciso viver, viver com um módico de responsabilidade e deixar viver. Usar o aborto a título de "uma vida de escolhas" - tipo dispositivo anti-concepção "adaptável e flexível", porventura "com sabores" - é pura demagogia sexista, pseudo-caritativa e paternalista em prol das burguesinhas pós-Eça e das "coitadinhas-que-não-sabem-o-que-fazem" que alguns gostam de referenciar para se poderem exibir como "donos" do que é supostamente correcto. Nunca os vi meter, de facto, a mão na merda e a combater a podridão, a periferia, a miséria moral e material que circundam tantas vidas desgraçadas que ignoram olimpicamente e de que eles, agora, se acham sublimes protectores a propósito de uma questão concreta. Antes de escolher, é preciso saber como, o quê e porquê escolher. De certeza que não são estes beneméritos, a partir do quentinho do seu empirismo pequeno-burguês, que o vão ensinar. Eu também não, mas ao menos não disfarço.
4 comentários:
A Plataforma "Não Obrigada", irá realizar no próximo dia 11 de Janeiro de 2007, quinta-feira, às 11.30h, no Hotel Tivoli, em Lisboa, uma Conferência sobre "A MULHER E O TRAUMA PÓS-ABORTO".
Esta Conferência terá como oradores o Prof. Adriano Vaz Serra, Psiquiatra e Professor Catedrático de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Coimbra, a Dra. Margarida Neto , Psiquiatra e a Dra. Maria José Vilaça, Psicóloga.
Durante a Conferência serão revelados e facultados estudos científicos que sustentam as intervenções dos participantes e comprovam a evidência científica do trauma pós-aborto.
Os oradores estarão à disposição para responder a todas questões relacionadas com este tema.
Para mais informações contactar:
Inês Teotónio Pereira
917727126
Tiago Cardoso
963041232
Estranhamente, o acórdão 617/2006 do Tribunal Constitucional, que em Novembro passado verificou a constitucionalidade do referendo, começa por apresentar os projectos de lei que foram reprovados e ignora o 19/X/1 do partido socialista, que está subjacente ao referendo, aprovado em Abril de 2005.
Acontece que nesse projecto se propõe uma alteração ao Código Penal que contempla a exclusão de ilicitude do aborto “por razões de natureza económica e social” até às 16 semanas (cf. alínea c do nº1).
É patente a armadilha estendida ao cidadão votante no referendo: se as 10 semanas vencerem, a liberalização irá na prática até às 16, uma vez que as sobreditas “razões” económicas ou sociais não excluem “pedidos” e “opções”. Isto se o processo legislativo subsequente ao referendo não alterar nada, o mais provável uma vez que este expediente satisfaz mais que amplamente o que estava proposto nos projectos dos outros partidos de esquerda.
Urge denunciar e esclarecer a situação.
Tem toda a razão. Aliás, ninguém defende NADA por causa dos outros....nem se importam RELAMENTE com eles, neste caso, elas!
Também não percebo a razão pela qual os homens têm direito a votar nesta questão do aborto, e acho bem, mas não são presos quando a mulher o é!!! O argumento de que a mulher não engavida SOZINHA deveria ser válido para os dois lados e em todas as circunstâncias, não acham? O pai também tem de ser responsável e, se a mulher aborta, a responsabilidade tem de recair em ambos, ou o "homenzinho" só serve para quando dá jeito????
Só vejo cinismo e hipocrisia em tudo!
E o aborto intelectual? Não será o que as campanhas do sim e do não andam a fazer?
Enviar um comentário