23.1.07

A SITUAÇÃO E OS COLABORACIONISTAS

No "antigamente" ou "no tempo da outra senhora"- era assim que o Estado Novo dos doutores Salazar e Caetano era conhecido - os meios do regime referiam-se ao mesmo como "a situação". Fulano ou beltrano, aquela ou a outra, eram ou não eram afectos "à situação". Hoje, ano da graça de 2007, em pleno absolutismo democrático, também é efectuado idêntico escrutínio, embora mais alargado. Tem a cumplicidade, quando não mesmo a orientação, dos meios de comunicação social. Por exemplo, uma vez que "a situação" defende o "sim" no referendo ao aborto, a comunicação social, com estritas excepções, espreme-se para mostrar serviço a quem manda. As omissões, as reportagens capciosas, o aproveitamento do disparate alheio como se fosse coisa séria, tudo serve para indicar "o caminho" à opinião pública (devem ter lido o livrinho do beato Escrivá). Estão porventura mais à vontade do que em 1998, já que, desta vez, "a situação" não admite estados de alma. Apesar de não terem nada a ver uns com os outros, revela-se útil "à situação" o serviço directo e indirecto que comunistas, "bloquistas", "liberais", articulistas e fundamentalistas espúrios lhe prestam. A "antiga senhora" também funcionava assim: reinava sobre uma "união" que ela arregimentava ou dividia conforme lhe dava jeito. Depois, uma vez resolvida a circunstância, expulsava o que já não lhe convinha. E tudo voltava, serena e "habitualmente", à "união nacional", com os colaboracionistas atentos, venerandos e obrigados à espera da próxima oportunidade. Então como agora, "a situação" desprezava os colaboracionistas, vistos como meros capachos ou idiotas úteis. Normalmente acabaram na estrumeira moral de onde verdadeiramente nunca chegaram a sair.

9 comentários:

Anónimo disse...

Hoje tal (ou pior!!) que ontem, amanhã igual a hoje!!!

Amen!

Anónimo disse...

Ouvindo com Ó grande :
- http://www.youtube.com/watch?v=fXEQrPkng40&eurl=

Anónimo disse...

Então se sempre foi assim não vala a pena chatear-mo-nos. O problema é que à indíviduos mais papistas que o próprio papa. Ontem como hoje.

Anónimo disse...

N'exagerons pas,como diria o Seurat. O Correio da Manhã não existe? Os drs J.Cesar das Neves,Bagão Felix,Mª José Nogueira Pinto e tutti quanti não peroram em todos os meios comunicacionais? A brigada do Não parece-me bem vociferante,organizada e comunicativa,e a evolução das sondagens é-lhe favoravel. Estado Novo? Vê-se que já passou muito tempo sobre o dito para poder fazer tais comparações...

Anónimo disse...

Oh cfreitas, aprenda a escrever antes de criticar! Existe à e há e tem diferenças!! Vá APRENDER a diferença e critique depois!!!!

Cambada de analfabetos....

Anónimo disse...

Existe igualmente chatos sem a e com a, o que deve ser o caso ou a casa! Será que não percebe que por vezes...acontecem coisas? Peço desculpa pela distracção e obrigado pela rectificação.

Anónimo disse...

Desculpe lá, cfreitas, mas há erros que não são distracção!!! Quando se escreve, pode sair um a ou um o em vez de um i ou e, mas, quando se escreve há ou à, sabe-se muito bem o que se está a escrever!!! (Ou não sabe....)

Não queira meter as mãos pelos pés e os pés pelas mãos!!!!....

Anónimo disse...

Mas por vezes sai e o erro, já o reconheci, merece palmatória. Foi descabido mas acontece. E agora prontos, -) ponto final.

Anónimo disse...

Será q sr gonçalves vive no mesmo país q eu? ninguém diria q sim, a avaliar pelo descabido das suas afirmações!! É q, vendo, ouvindo e lendo os "nossos" órgãos de com social, eu chego precisamente à conclusão inversa: à campanha do "não" tem sido (injustificadamente) dada maior "voz". Ele é o programa "ecclesia" q n perde uma para fazer campanha, o sr policarpo entrevistado sobre o tema e diariamente - ele ou colegas seus - a serem citados, etc e por aí fora! Francamente, sr gonçalves, em q país vive o senhor?
Stone