11.10.06

REALIDADE E MANOBRA


Enfiou-se na cabeça do PS e dos farfelus tradicionais- o autor da famosa blague da "geração rasca", o madeirense Vicente Jorge Silva, que o partido do governo fez eleger deputado da nação, não se poupa na adjectivação - que é fundamental para a democracia portuguesa a remoção do dr. João Jardim da chefia do governo regional da Madeira. Quem conhece razoavelmente a Madeira pós-1976, sabe que o PS local é uma pequena ficção alimentada por duas ou três esforçadas e irrelevantes criaturas. Aquando das eleições europeias de 1999, encontrando-me no Funchal no momento em que o dr. Mário Soares, como cabeça de lista do PS lá foi, acompanhei a sua presença num hotel onde perorou para os socialistas. Pobre assistência e que perda de tempo. Em trinta anos, a Madeira, graças a nós, aos madeirenses e à liderança de João Jardim, revolucionou-se. Escavacar montanhas numa ilha para construir auto-estradas, dotar os autoctónes de um módico de qualidade de vida - é evidente que existe pobreza tal como existe aqui ao lado da minha casa - e ganhar sucessivamente eleições, é irrelevante para os defensores do correcto político. A virulência de Alberto João Jardim não faz exactamente o meu estilo, porém não me passa pela cabeça cometer a indelicadeza de tomar por parvos, coactos ou "menos" portugueses os eleitores madeirenses. À sombra da obsessão financeira, o PS - menos o governo e mais o PS - quer fazer uma "pega de cernelha" à Madeira. Carlos César, nesta matéria de autonomia regional, está contente e calado como um rato, e mais solidário com a cruzada socialista do que com os famosos "custos da insularidade". Não vão a lado algum, como rapidamente se verá. E o argumento "geográfico" avançado por Teixeira dos Santos, em Bruxelas - a Madeira está mais perto do que os Açores... -, à falta de outro, dá vontade de rir. Ninguém me passou procuração para defender a Madeira e, muito menos, Alberto João Jardim. Acontece que ainda consigo distinguir realidades de manobras. O ataque a Madeira é exclusivamente político-partidário. Como de costume, em votos, logo se verá se os nossos compatriotas madeirenses optam oportunamente pela realidade ou pela manobra. Pode ser que resulte. Pode ser que não.

7 comentários:

Anónimo disse...

OK! o homem é um coloço!

mas estou farto de de ser apelidado de "Cubano", "Comuna" e COLONIALISTA.

De contribuir com impostos, e não ouvir um "Muito Obrigado!".

De ser considerado uma vaca para ser mugida a bel prazer do dito coloço.

é certo que outros fazem o mesmo, mas ainda há mais a precisarem do rio do dinheiro.

Mas NÃO ME INSULTAM, também!

Camisa disse...

Oh João, tudo bem que pode tratar-se de um ataque político-partidário (cujos resultado é como dizes, cada vez mais maiorias absolutas para o PSD com toda a certeza), mas essas auto-estradas nas montanhas e essa melhoria do nível de vida na Madeira foram feitos à custa dos impostos do pessoal do continente, feitos à custa de endividamentos brutais e concerteza de muito dinheiro mal aplicado e esbanjado em clientelismos políticos regionais e no alimentar da máquina de propaganda do Dr. Jardim. Há que impor limites a isso!

Anónimo disse...

Que bom seria para todos nós e também para o anónimo anterior termos tido um JOÃO JARDIM ao longo dos anos!! De BOM, só tivemos o Cavaco Silva....mas logo chegaram os invejosos, os frustrados, os ressabiados que pululam por todo o lado, para o deitarem abaixo...e pronto....voltámos quase à estaca 0 !!!!!!

Anónimo disse...

Exactamente anónimo. Aqui no continente já não chegava só um AJJ teriam de ser para aí uns dez para limapar a merda dos invejosos.

Anónimo disse...

Tristes trastes...

Anónimo disse...

Seja como for a Madeira tem progredido nestes ultimos anos e a qualidade de vida tambem, no Continente anda tudo na mesma ... 4 anosPS 4 anosPSD ... isto chamam democracia!? ...

Anónimo disse...

Olá,

peço desculpa, sou madeirense e encontrei isto por acaso. Permitam-me interromper esta alegre discussão. Não sou do PSD, nem de mais nenhum. Sou do partido dos bons políticos. Logo desde o meu ano de 1988 que não sou de nenhum partido. Antes disso, cá não estava.

Deixo-vos duas ou três ideias para reflectirem.

O Dr. Alberto João Jardim tem os seus contras, mas façamos uma tabela e ganham os prós, garanto-vos. Tem muita coisa mal, sim, estejam à vontade para mo dizerem, mas quem dera que Portugal tivesse um primeiro ministro com esta força.

Convençam-se de uma vez por todas, e por favor acreditem que vos digo a verdade, que nenhum português não insular paga algum imposto para as regiões autónomas. As regalias que temos baseiam-se apenas em custos de transportes de bens mais elevados e por outras razões. A redução fiscal é uma das soluções encontradas.

Ao senhor que referiu que paga impostos na "mainland" para se fazerem estradas nas montanhas madeirenses... Você pode pagar muita coisa, mas estas estradas foram pagas pela União Europeia. Não se esqueça também que isto é território nacional e em vez de "deitar abaixo", tome-nos por exemplo e ajude a mudar o resto do país.

Mais uma vez peço desculpa, só vinha mesmo à procura de uma foto do Funchal, mas a minha lingua de trapos não resistiu. Espero não ter ofendido ninguém. (que fique registado que estudo em Lisboa e conheço algum do Portugal continental e que portanto não falo nem escrevo baseado no que vejo na televisão, editado por jornalistas sensacionalistas)

Boa noite. =)