31.5.05

SETE PALMOS DE TERRA

O estado geral da pátria - aquele em que já nos encontrávamos e aquele que o governo prepara - só é aceitável para crentes. Como ensina a Igreja e recomenda o ex-cardeal Ratzinger, a verdadeira vida é a eterna. O resto não passa de uma sucessão de episódios e de equívocos sem importância. Acontece que, apesar das suas amplas distracções, Deus não dorme. Não fosse a bovinidade uma característica geral da raça, e quiçá o referendo sobre a Constituição europeia poderia tornar-se em algo parecido com o que aconteceu em França ou com o que acontecerá amanhã na Holanda. O verão, porém, amolece os corações e dá folga à carteira. O empadão "referendo-autárquicas" fará o resto. Os portugueses só deverão perceber lá mais para diante que já estão "sete palmos de terra" abaixo do razoável. De qualquer forma, não existe vida eterna para quem não acredita.

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