Vai para quatro anos que o dr. Vitor Constâncio anda a dizer a mesma coisa à porta de Belém. Apesar de ter sido chamado por dois governos politicamente distintos para chefiar uma "comissão" de avaliação das contas públicas, o certo é que não consegue chegar a conclusões substancialmente diferentes. Qualquer analfabeto simples já conhece de cor os "diagnósticos" do dr. Constâncio. Sucede que, quem tinha responsabilidades e deveres perante os "diagnósticos", apenas os aproveitou para fazer bravatas fáceis e algum circo de circunstância. Por isso, ontem lá vimos de novo o governador a "vender" o mesmo produto, três anos depois. Algures na Europa o primeiro-ministro ficou "alarmado". Não cometo a indelicadeza de supôr que ele não fazia a mínima ideia do que se passava. Prometeu "acção" para depois do dilúvio, ou seja, para quando tiver a certeza "com o que é que conta". Eu defendi, muito antes das eleições, que Sócrates, sobretudo com maioria absoluta, tinha de "fazer o que devia ser feito". A dupla ilusionista Bagão Félix e Santana Lopes, com o desastroso orçamento que o dr. Sampaio achou por bem que o Parlamento aprovasse a correr, minou o terreno. É assim que o "acto falhado" do actual ministro das Finanças, antes de tomar posse, traduzido na menção de que provavelmente seria necessário aumentar impostos, pode bem vir a traduzir-se num facto consumado. Vamos ver até onde é que a classe média (impostos e despesa) e as nomenclaturas partidárias "regionais" (SCUT's e obras públicas) estão dispostas a ir. Sim, porque mais cedo do que tarde, o "estilo manuelino" ("manuelino", de Manuela Ferreira Leite) estará de volta pela mão de Campos e Cunha. Porventura menos agreste, menos "duro", menos retórico, mais "social", mais simpático, mas o mesmo "estilo". É fatal como o destino.
Sem comentários:
Enviar um comentário