A enjoativa novela do aborto teve um provisório ponto final na decisão recente de Jorge Sampaio em não convocar um referendo. Ao pretender dar um "passo maior que a perna", o PS embrulhou-se de tal forma nas suas "posições" (?) que acabou dando de bandeja os melhores argumentos aos verdadeiros adversários de uma solução equitativa para o problema. Não contente com isso, já anunciou a mesma "prioridade" para o início da próxima sessão legislativa, em Setembro. Começo a pensar se não seria melhor que a questão fosse resolvida no Parlamento, apesar da boa ideia do propósito de devolver, de novo, a "voz" ao "povo" para ver se, desta vez e pela mesma forma, este "emendava" a mão. Enquanto "o pau vai e vem", seria no entanto bom promover as condições técnicas e humanas que permitissem aplicar, nos sítios adequados, a legislação em vigor e não andar permanentemente a correr atrás do aborto quase como se ele fosse um meio "natural" de controlo da natalidade. Este tema, como "bandeira política" rebarbativa, tem o condão de afastar muita gente de uma causa perfeitamente justa. Para já, o gongorismo jurídico e trapalhão do infeliz líder parlamentar do PS - que até faz o favor de "compreender" o Presidente da República - deu este resultado. Se e quando o próximo PR convocar um referendo, já estaremos todos razoavelmente cansados. E aí é de esperar, de novo, o pior, conforme as perspectivas.
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