Um a um, todos os responsáveis políticos pela pasta das Finanças nos últimos anos vêm aparecendo nas televisões a perorar sobre o défice e a melhor maneira de o extirpar. Pôem um ar grave e, imagine-se, não coram de vergonha. Continuam a levar-se a sério e querem que nós, naturalmente, os levemos a sério. Reparem que, seja qual for o "quadrante" partidário, são sempre os mesmos. Em fábula, isto equivale a pedir a uma meia dúzia de gatos pardos que tome conta de um bando de pardais verdadeiramente "apardalados". No fim, não sobra pena nem asa.
Adenda: Nem tudo foi mau. Eduardo Catroga - praticamente todo -, o ECORDEP (Estrutura de Coordenação da Reforma da Despesa Pública) de Pina Moura, algo que o "bonzinho" Guterres ignorou, e a "lei de estabilidade orçamental" de Manuela Ferreira Leite constituem progressos interrompidos pelas intermitências políticas. Francamente má, apesar de se tratar de uma excelente pessoa, foi a passagem de Guilherme Oliveira Martins pela Praça do Comércio. O Centro Nacional de Cultura assenta-lhe melhor. Por pudor, devia pura e simplesmente abster-se de "comentar" estas matérias.
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