Por falar em Pulido Valente, lembrei-me de Bénard da Costa. Noticiaram que, por motivos de saúde (sempre lamentáveis, naturalmente), o director praticamente eterno da Cinemateca Nacional vai-se embora. Foram quase trinta anos. Bénard sucedeu a Luís de Pina e, graças a ele e ao longo cortejo de amigos que possui por aí, quase pareceu que Pina nunca existiu. Bénard gosta muito de cinema e tem, sem ironia, bom gosto e escreve bem. Só que dirigiu a coisa como se estivesse em casa. "Muito lá de casa", como reza o título de um livro dele. Era o mesmo que eu, tendo passado pela direcção do São Carlos, só produzisse Wagner, Verdi e Puccini, por esta ordem. Agora o incumbente é Pedro Mexia, outro sério candidato à eternidade e a novo cortejo de amigos. O círculo é mesmo vicioso.
6 comentários:
É A FRADARIA QUE NOS DEVORA.........
Na verdade, uma grande irmandade de tachistas ilustres e perpétuos anda a sodomizar-nos há muito e depois ainda esperam de nós uma gratidão bajulatória onde só moram manguitos, dedos médios esticados e uma data vocábulos em bom e profano calão.
Que pensamento terrível haver pequenos Trujillos a praticar chavismos privativos e a serem os 'melhores' e 'absolutamente imprescindíveis' lá, em cujas cadeiras se colaram há décadas até que a morte nos separe dessa triste fatalidade!
Por que é que os mortais não se resignam a sê-lo pela caridade de uma partilhazita com quem não tem nem pode?! Não! Morrem inchados e Ego e ainda mais atafulhados de euros com os quais nunca fizeram bem a ninguém.
O comentário é injusto para o Francisco José Viegas. Se o tempo der razão ao João Gonçalves cai um dos poucos que considero e ficarei devedor de um pedido de desculpas.
Daí que o título do "post" poderia ser também "Já ví este filme"?
Luís de Pina, esse "crítico de cinema de direita" - a única característica de que o crítico de cinema João Lopes n'"O Expresso" se lembrou para compor as primeiras frases do obituário em 1991 - precedeu Bénard da Costa (seu subdirector). Nada produziu e nada fez pelo cinema em Portugal, por isso é invariavelmente esquecido pelos jornalistas. Comparemos as notícias da sua saída da Cinemateca (também por motivos de doença) com as que agora se seguirão a propósito de Bénard.
Quanto ao velhote de 74 anos, ali está um bom exemplo de «um país de oportunidade para os jovens» de que fala o PM.
Aqui pela JF de S. Francisco Xavier, um velhote com uma reforma de luxo, passou há um ano a andar de bengala.
Ele na JF, sua excelsa mulher na secretaria.
JB
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