9.1.09

ALFREDO KRAUS, O FAUSTO ABSOLUTO





Em Março de 1982, Alfredo Kraus cantou em São Carlos o papel principal da ópera Faust, de Charles Gounod. Vinte e sete anos depois, num "contexto" cénico a fazer lembrar um misto de bairro periférico com um asilo para velhinhos da defunta RDA, o mesmo São Carlos apresenta outro Faust, encenado de acordo com o "critério único" global que ultimamente preside a todas as mise en scène independentemente da "trama" e da época da respectiva composição musical. Mesmo assim, os três papéis principais (Fausto, Mefistófeles e Marguerite) são executados com mediana competência. Que saudades de Alfredo Kraus. O dueto do clip é de 1977 com Mirella Freni.

6 comentários:

cristina ribeiro disse...

Esta uma das razões porque é necessária a descentralização.

Anónimo disse...

Como frequentador habitual do S.Carlos (em 40 anos assisti a quase todas as óperas), tive o prazer de ver e ouvir Alfredo Kraus neste "Fausto" de 1982. Excepcional!

Depois de um interregno de 4 ou 5 anos, já não me recordo, voltarei a S. Carlos na próxima semana para assistir ao "Fausto" da Ópera de Frankfurt. E convidei uma pessoa amiga, que nunca foi à ópera, para este espectáculo. Mas tremo já só de pensar como lhe irei explicar que não verá o Doutor Fausto no seu gabinete medieval de alquimista mas num lar da terceira idade!

As transposições históricas das óperas podem ser válidas (quando muito bem feitas) em algumas situações pontuais. Mas esta mania de fazer encenações actualizadas de qualquer ópera (ainda não vi o espectáculo mas não acredito que resulte dadas as circunstâncias da estória) é um mau serviço à cultura e apenas serve para promover alguns encenadores e afins.

Anónimo disse...

Aquilo mais parece um lar da terceira idade mas,
clandestino...

Não tenha dúvidas,aquilo são piadas para a defunta RDA. Mas, que temos nós a ver com aquilo?

A intendência de Herr D. promete cada vez mais...e o parolo do Português paga e ainda aplaude.

A ditadura dos encenadores é abjecta e despudorada, tudo menos criativa, DIREI MESMO UM VÓMITO.

Krauss? Esse era um aristocrata do canto, hoje é a democracia das vozes banais e frívolas.

Antes era:
PRIMA LA MUSICA POI LE PAROLLE, MA ADESSO...

E que interessa o Universal mito de Fausto, numa época em que tudo e todos vendem a alma ao diabo?...


É Insustentável a leveza da Cultura em Portugal...

G

Anónimo disse...

nunca entrei no são carlos, só no coliseu. alguns dos frequentadores pensa que o fausto é aquele cantor revolucionário.que o mefistofeles foi escrito pelo mann filho (familia de paneleiros e fufas).
não me sento ao lado desta escumalha. prefiro ouvir ópera e música clássica na áustria baixa na cavalariça dum palácio ao lado de agricultores com o 12º ano de escolaridade

radical livre

Anónimo disse...

Tenho um 33 rotações que herdei do meu avô com árias do Fausto cantadas por M. Callas e que me parecem magníficas interpretações. Não sei se haverá em CD.

Anónimo disse...

Também me lembro dessas récitas em 82.E também de «Werther».Uma obra que encontrou o seu intérprete. Kraus era um Aristocrata.
Um Senhor,na verdadeira acepção da palavra.
Não é saudosismo ,acredite.