Há muitos anos, no Semanário, através do então seu marido Eduardo Prado Coelho, pedi à Tereza Coelho que escrevesse sobre o livro de Kundera, A Insustentável Leveza do Ser, acabado de sair em Portugal sob a chancela da Dom Quixote. Conhecera-a nas deambulações do "festival de cinema da Figueira da Foz". Eu tinha pouco mais de vinte anos e ela também. Só que a Tereza, nessa altura, já estava para além da sua idade física. Para mim, foi sempre uma pessoa mais velha naquele sentido tradicional e benigno da pessoa que respeitamos mesmo quando nem sempre a entendemos. Editora, foi também uma excelente tradutora. Como num título de Roland Barthes que traduziu, "a meias" com Alexandre Melo para a Quetzal, a sua morte prematura é um terrível e injusto derradeiro incidente que simplesmente empobrece os que com ela conviveram.
2 comentários:
Os bons vão indo. Já rezei por ela. Que Deus a tenha em paz.
Critico o João Gonçalves por apenas elogiar, sempre merecidamente, quem morre. Acho que de vez em quando devia realçar com igual vivacidade quem ainda é vivo e luta por um Portugal melhor.
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