
O Francisco teve a amabilidade de ler
este post. Com Bénard da Costa não me apetece gastar mais tempo. O
post-scriptum do Francisco poupa-me o exercício: «ele cravou-me um cigarro e eu ouvi-o, deliciado, a falar sobre, repito, as mamas de Jane Russell.» Sublime Bénard. Quanto a Pedro Mexia, é-me indiferente que dirija a Cinemateca ou deixe de a dirigir. Limito-me a constatar a facilidade com que em Portugal se forja um mito. Até ser subdirector da CN, não se conhecia a Mexia nenhuma qualidade extraordinária que o recomendasse para a função. Como
escrevi nessa ocasião, «não convinha que Mexia estivesse já a pensar na Cinemateca como uma futura coutada pessoal, seguindo o mau exemplo do benemérito e venerando Bénard.» O Francisco dá a entender que assim não acontecerá graças ao seu «valor intelectual» e à «capacidade para exercer um cargo» (sendo que há pessoas com grande «capacidade para exercer o cargo» que não têm «valor intelectual» substantivo)» já que «o Pedro Mexia tem ambas as coisas, embora ele suponha que não tem a segunda delas e nunca se pôs em bicos de pés para chamar a atenção para a primeira.» Confesso que ainda não me inscrevi no partido dos que acham Mexia «uma das pessoas mais talentosas quer para escrever sobre cinema, quer para falar sobre literatura, quer para fazer o que lhe apetecer.» Tal como nunca aderi - e, nessa altura, era quase equivalente a ter um "passe social" - ao clube dos que desmaiavam com qualquer frase escrita por Miguel Esteves Cardoso. Também confesso um inexpiável crime. Nunca lhes prestei demasiada atenção.