6.9.08

RUPTURA


Ainda o Eduardo Prado Coelho, numa página aberta no acaso do seu "diário" (o livro da foto corresponde à dissertação de doutoramento sobre as "modalidades da descontinuidade no processo do saber" e trata-se um livro perfeitamente "actual" naquilo que o termo "actual" não contém de patético, de imbecil e de irrelevante): «Tudo ganha coerência aos meus olhos. A fascinação que regularmente sinto de começar tudo de novo, como se o passado não existisse, a imensa sedução pela ideia da ruptura, mudança de lugar, mudança de trabalho, mudança de amor, mudança de horas, mudança de jornais, livros, paisagens e sons, não é apenas o desejo de viver tudo de todas as maneiras, mas algo que tem a ver com o apreço inconsciente por todos os conceitos de corte: mudança de paradigma, corte epistemológico.»

1 comentário:

Anónimo disse...

o desejo de mudança não é um sentimento da esquerda, conservadora e imobilista por definição. a menos que penso como o príncipe do leopardo «para que tudo fique na mesma».
a vontade de mudar pressupõe o desejo de ir mais além, de superação constante.
a ideia que tinha dele era a de um ser irrequieto, agitado por fora.por dentro não conheço ninguém. os meus juízos de valor sou eu a ver-me ao espelho.

radical livre