O Parlamento aprovou, de novo por unanimidade, um novo estatuto para os Açores. E a unanimidade "deixou" passar um artigo que é inconstitucional. A seguir à votação vieram umas "Madalenas arrependidas" mencionar a ocorrência: Mota Amaral, Paulo Rangel, o sr. Melo do CDS e António Filipe do PC. Não se percebe, contudo, por que é que estas almas votaram a favor. Pelo PS falou o sr. Ricardo Rodrigues que se congratulou (ele pouco mais sabe fazer) e pelo BE apareceu o sr. Fazenda que em todo este processo nunca escondeu a acrimónia contra Cavaco, fazendo a "interpretação autêntica" do sentido da votação. Ou seja, eles sabem que nós sabemos que eles sabem que aprovaram legislação inconstitucional, mesmo que um senhor professor catedrático da FDL - de seu nome Novais e que foi assalariado jurídico de Jorge Sampaio em Belém - siga mais ou menos a cartilha do sr. Fazenda ao apelidar de "ridículas" as questões colocadas pelo Chefe de Estado. Dito isto, esta unanimidade não honra o Parlamento porque configura um acto dissimulado, já que foi imediatamente desmentida a sua "autenticidade" em prosas avulsas. Ou seja, houve votos que corresponderam àquilo a que, no direito, se apelida de declarações não sérias. Alguém quer festa.
1 comentário:
João Gonçalves! É preciso é ver as coisas pelo lado positivo! Este século, que "ainda vai bem pequeno", leva-nos algumas certezas mas trás-nos outras: aos nossos "representantes" na A.R. falta-lhes, pelo menos, a honra, a seriedade, o rigor e competência. Muito interessante é também o exemplo daquilo que poderemos fazer à Constituição da República quando ela contraria as nossas "interpretações autênticas".
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