16.9.08

CALLAS EXPOSTA


Passa hoje mais um aniversário sobre a morte de Maria Callas. Talvez por isso, arrastei-me até ao Museu da Electricidade onde está uma exposição (eles chamam-lhe, um pouco a despropósito,"a" exposição de Lisboa) sobre a cantora a pretexto da sua única presença em São Carlos, no ano de 1958. Vestidos, programas, cartas, telegramas, fotografias, jóias, documentários, enfim, parafernália ligada à Callas, bem como a voz dela por todo o lado, é o que a exposição tem para oferecer. Já não é mau. Nada, na ópera, ficou na mesma depois dela ter passado - mais brevemente do que se supõe - por lá. Com um timbre particular - os puristas dizem mesmo que nem sequer era "bonito" - Callas ressuscitou papéis há muito esquecidos e difíceis de trabalhar, tornando essas versões indispensáveis. Com a diluição da figura do "grande intérprete" nas produções e nas encenações "em pacote", é mais complicado perceber o que significou a genialidade única dos seus altos momentos. Os últimos anos foram passados entre o recolhimento e uma patética tournée mundial com Di Stefano na qual ambos eram já uma pálida imagem do que tinham sido. A "exposição", em certa medida, refecte esse mundo perdido para sempre que, para a Callas, terminou fisicamente há trinta e um anos.

Nota: Quem visita o "sítio" do São Carlos fica com a ideia de que só a partir de 2002 é que o Teatro existe. As "temporadas anteriores" começam aí. Era de elementar bom senso reconstituir os elencos e as produções anteriores, designadamente a partir do período da guerra 39-45 em que, por motivos óbvios, muitos teatros líricos europeus estavam interditos, o que permitiu a presença dos maiores intérpretes em São Carlos quer naquele período, quer subsequentemente. Não queira a OPART "refazer" uma história na qual ela jamais figurará.

2 comentários:

fado alexandrino. disse...

No meu blog colectivo de fotos

http://contadordeviagens.blogspot.com/

dei conta desta exposição.
Estão no mês de Agosto.

Jad disse...

Olá João. Julgo que lhe chamaram a exposição de Lisboa porque no ano passado, faz exactamente um ano, inauguraram uma semelhante (mas bastante mais fraca, bastante mais, e estou a ser franco) em Milão. Podes ver algumas noticias sobre o assunto no blog Prosimetron. Um abraço.