No âmbito da esquizofrenia concorrencial que atacou a imprensa escrita, o Público reabriu os portões da edição online ao povo. Pelo menos parte dela. Tal permite aceder a este artigo do Augusto M. Seabra sobre a saga dos teatros nacionais. Não é das prosas mais felizes do Augusto. É palavroso, repetitivo e, quer online, quer em papel, tem gralhas. Todavia, a ideia geral é que conta e, salvo a imodéstia, parece resumir-se ao seguinte:
- a actual tutela da Cultura, especialmente o seu secretário de Estado, o sr. prof. dr. Vieira de Carvalho, formado na melhor ortodoxia da extinta RDA, imagina que tem um "programa" para os teatros nacionais, dirigista e de "compromisso" político, como não podia deixar de ser;
- escrevo "imagina" porque, com o dinheiro que está afecto à Cultura para 2007, ele pouco mais pode fazer para além de manter o insustentável status quo na gestão dos ditos e a inverosimilhança de muita da sua programação, quando ela existe;
- nenhum- repito - nenhum dos teatros subsidiados pelos impostos, ou entidades equiparadas - veja-se a recente destruição do "projecto educativo" no CCB promovido pelo "escritor" Mega Ferreira -, se preocupa minimamente com a formação de novos públicos ou com os "serviços educativos", como as respectivas leis orgânicas em vigor determinam que se faça; quando muito, aparecem umas escolas para ver as paredes e entretém-se um ou dois funcionários com o trabalho de guia;
- os teatros e equiparados trabalham para "velhos" públicos: para o poder político que "está", para os "da casa", para as "elites" que não existem e para os amigos se poderem pavonear ou fazerem "uma perninha";
- nessa matéria, naturalmente que a ópera é o espectáculo mais caro e mais despesista, o que não impede que Jorge Vaz de Carvalho, actual director do Instituto das Artes, queira - como sempre ambicionou - o lugar de Paolo Pinamonti, sobretudo quando está instalada, a nível institucional e político, uma espécie de revivalismo abstruso e dirigista cuja imagem de marca reside na direcção do Teatro Nacional D. Maria II.
Não era bem isto que o AMS queria dizer, mas é o que eu quero dizer.
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4 comentários:
João, o Público continua fechadíssimo, a sete chaves e cadeado. O que se lê, seguindo o teu, desculpa, o seu, enfim... o danado do link do Portugal dos Pequeninos é : Este serviço é pago e reservado a assinantes.
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Não é isso que vem no papel,sorry.
O J.Vaz Carvalho devia só CANTAR....é o que ele sempre fez! Quer o lugar do Pinamonti???? Valha-nos Deus!!! O são Carlos não pode andar de cavalo para burro!!!!!!!!
Porque são dirigistas os do DMaria?
este ano já houve por lá mais apresentações de criadores diferenciados que nos ultimos 2 anos para aí...
não consigo perceber essa onda anti fragateiro.
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