SAMPAIO EXPLICADO ÀS CRIANÇAS
No PUBLICO.PT de hoje vemos a reacção de Jorge Sampaio à posição de Vara:
"O Presidente da República mostrou-se hoje indignado com as declarações de Armando Vara, que acusou Jorge Sampaio de cobardia política ao não assumir a liderança do processo de perdão de penas de 1999, que abrangeu crimes de abuso sexual de menores.
Jorge Sampaio considera que as declarações do ex-ministro socialista contribuem para minar a democracia. "Não posso tolerar que ao fim de 28 anos de democracia se possa continuar a pôr em causa os órgãos de soberania", afirmou o Presidente".
Salvo o devido respeito, não me parece que ninguém tenha posto em causa os órgãos de soberania e também não me parece prudente que o Chefe do Estado venha a terreiro todos os dias debater o estafado assunto de quem partiu a iniciativa da amnistia de 1999 que - convém que se diga - para os crimes em discussão, apenas releva em termos de perdão de pena. No meio deste ruído, é bom que as coisas sejam postas no devido lugar, dando-lhe a importância que merecem. Não vale a pena "chorar o leite derramado" até porque, nessa altura, o País ainda estava longe desta imensa "pedofilização" generalizada que, pelos vistos, perturba toda a gente. É pena que não se tenha dado destaque à intervenção mensal de Mário Soares na antena 1, no passado sábado. Com a sabedoria dos muitos anos "disto", Soares, entre outras coisas, falou da justiça, da comunicação social, dos processos em curso e, indirectamente, do Presidente, aconselhando-o a, nos momentos determinantes, não ser tão "neutro". Acontece que Sampaio demonstra permanentemente uma indignação discursiva, legalista e justificativa que depois não tem correspondência na realidade "política". Ou seja: colhe quase sempre o que semeia.
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