19.6.03

A FÉ DE PORTAS

Constou-me que, num acesso místico, compreensível depois da prestação em Monsanto a semana passada, Paulo Portas decidiu opinar acerca da constituição europeia, defendendo que deveria consagrar um "direito à fé". É estranho que a terceira figura de um Governo da União Europeia faça tábua rasa de um dos registos mais robustos da política democrática que, em princípio, caracteriza todos e cada um dos estados que a compôem: o da laicidade. Significa que não aprendeu nada, por exemplo, com a Direita francesa, que não brinca em matéria de princípios republicanos. Qualquer passeio mais compungido pela zona de Leiria resolvia-lhe o problema e já deixava a constituição europeia em paz.

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