24.6.03

A REFORMA

Com sobriedade e sem ar de profeta, Durão Barroso anunciou hoje à tarde a "reforma da administração pública". No essencial, pretende-se acabar com as promoções automáticas, responsabilizar os dirigentes, avaliando-os peridicamente, flexibilizar a mão de obra pública pelo recurso ao contrato de trabalho individual em deterimento do concurso e alterar as "funções do Estado". A nossa administração é de tradição napoleónica, pesada, burocrática e rígida, até para com os seus próprios servidores. No entanto, não acompanho a sacralização do mercado e da "privada" como modelos óptimos a seguir pelo Estado. Há boa e má gestão privada, como há boa e má gestão pública. Aliás, a nossa "sociedade civil" não se recomenda a ninguém como paradigma do que quer que seja. Uma e outro, o Estado, são o espelho opaco da Nação. Barroso quer mudar tudo isto em seis meses. Eu não o sabia partidário do optimismo antropológico.

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