21.6.03

MARIA BARROSO

A um amigo comum, Paulo Portas teria confessado há tempos que, entre as duas ou três instituições que respeitava, nelas incluía as forças armadas e a família Soares. Quanto às primeiras, o balanço será feito quando saír. Perante a família Soares - leia-se Maria Barroso - Portas, o Ministro da Defesa, comportou-se como Portas, o mais ilustre militante do PP, trazendo à superfície o seu lado manhoso e pérfido. Maria Barroso tem sido até agora presidente da Cruz Vermelha Portuguesa e, entre os seus vice presidentes, que se solidarizaram com ela, contam-se figuras tanto do PSD como do PS, com destaque para o insuspeito e libérrimo Miguel Veiga, fundador do PPD/PSD. Portas decidiu despedir Maria Barroso e substituí-la por Nogueira de Brito, estimável criatura. Para o efeito, foi montado o habitual circuito dos papéis e das reuniões magnas, a última das quais - segundo leio no Expresso - presidida pelo secretário de Estado de Portas, Henrique de Freitas, que conheço desde a faculdade e de quem não esperava que se prestasse a estas cenas. Tudo está pois a postos para que o Governo, pela mão de Barroso ( Durão) e de Portas, apresente na segunda-feira a proposta de nomeação ao PR.

Maria Barroso é uma Senhora e uma resistente com provas dadas. Consequentemente passará incólume a este enxovalho. Mais um triste episódio para o "livro do riso e do esquecimento" que é a nossa vida pública.

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