CORRUPÇÕES
As nossas três tv's estão a abrir os respectivos telejornais com jornalistas à porta do DIAP por causa de uns quantos agentes da Brigada de Trânsito da GNR indiciados por crime de corrupção. Outro dia foram umas senhoras e uns senhores constituídos arguidos por causa de uma burla na Saúde, tudo de novo à porta do DIAP. Não sei o que é que se pretende demonstrar com esta constante e maçadora cobertura da actividade das magistraturas judicial e do Ministério Público. Há três anos, estava eu num país da América Latina, e lembro-me de que os telejornais passavam horas a dar, praticamente em directo, operações policiais de recuperação de sequestrados, detenções de traficantes e de sequestradores ( o sequestro é um crime vulgar em certos países latino-americanos) ou declarações de magistrados sobre processos em curso, quando não "em cima do acontecimento". Tratava-se de países que estiveram anos em guerra civil. Nós estamos, até prova em contrário, na Europa e, dentro desta, na União Europeia, à beira de aprovar uma Constituição. No entanto, em muita coisa, parecemos latino-americanos justamente quando julgamos ser mais modernaços. Nas corrupções, nas televisões, nos comportamentos societários, é o que vemos, traduzido nas entradas rápidas de carro ou a pé no DIAP: um País envergonhado e rasca, de cara tapada.
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