13.7.09

MÓDICO DE VERDADE


Na galáxia OCDE, Portugal ocupa o sexto lugar no que respeita à taxa de desemprego. A comoção com as "novas oportunidades" não acompanhou a preocupação com o desemprego. Convinha fazer um inventário - Manuela Moura Guedes começou a elaborá-lo no seu Jornal das Sextas mas entretanto foi de férias... - da diferença entre o que foi prometido (designadamente em postos de trabalho) e a realidade. E, dos postos de trabalho criados, quais representam mera propaganda de "encosto" a alguma iniciativa privada. Só assim, com um módico de verdade, é que, "juntos", podemos "conseguir" alguma coisa.

7 comentários:

garganta funda.... disse...

Novas Oportunidades/Velhas Tretas!

Anónimo disse...

A governação de Socrates foi um desastre autêntico. E um dos muitos desastres foram as novas oportunidades. Não que o conceito estivesse errado, que não estava em meu ver e seria de incentivar, mas o conteúdo programático completamente errado.
Só em Portugal parece ser possivel estes fenómenos: dar uma equivalência escolar, em que são necessários nove ou doze anos de estudos para a conseguir, e em 3 meses de autenticas superfluidades, dá-se as equivalências só para o governo conseguir atingir as metas impostas pela U.E..
Muito sinceramente, no que é que isto ajuda as pessoas que têm as novas oportunidades, a enriquecerem o seu curriculum para procura de emprego? Eu gostava que me explicassem como se eu fosse muito burro, para ver se percebia.
E já agora, explique-me também, aquilo que aconteceu com as PGA`s (Provas Gerais de Acesso, de acesso as universidades) no tempo do Guterres, em que ele deu mais 1 valor de cotação a todas as Provas. E aqueles que tiraram 20 valores, tiveram 21 na pauta final?
Depois claro que somos a chacota da Europa ao nível do ensino. Imaginem uma empresa alemã vir a Portugal e recrutar os melhores alunos, acabados de se formarem no ensino superior, e verificarem o curriculum avaliativo daqueles que fizeram as PGA`s e conseguiram os 20 valores + 1, ou seja 21, o que é que os alemães vão pensar? Que os alunos são os supra-summum do ensino? estão mais á frente do que os professores? Ou o ensino é uma asneirada completa?
Continuem a votar P.S., e de preferência com maioria absoluta. Que é para continuarmos com estes fenómenos no ensino...
Ass: Luís Morais

Anónimo disse...

As hipoteses de trabalho em Portugal, ao que parece são como as de "postar" um comentario neste blog.

Quando me identifiquei, a censura curtou.

Vamos lá ver se agora têm a coragem e a honestidade intlectual de publicar este.

André disse...

Sou profissionalmente interveiente em toda esta comédia. Cumpro o meu dever porque preciso do meu ordenado. Mas não posso concordar com nada do que tenho feito e do que testemunho: Miùdas recém licenciadas, selecianadas por cunhas a "avaliarem" percursos de vida de gente que tem idade para ser pais e avós delas; Há já um mercado de "histórias de vida" e de "trabalhos" para o RVCC e os CNOs; há ordens superiores para haver determinadas taxas de aprovações. Há gente com qualidade e dignidade que se enoja daquilo em que paticipa. E até há já muita gente que diz que em vez daquilo queria mesmo era aprender. Mas isso não dá com o Sócrates que assim se vê igualado com muita gente na diplomação a pataco. Estes diplomas são moeda falsa. Não têm cotação. Só quem está já muito longe da realidade é que se encanta com o que se está a passar. Novas oportunidades era no temmpo do Fascismo. Eu explico: No tempo da Gerra colonial havia "Épocas especiais para militares". Eram exames nacionais, foram do calendário escolar normal, para os militares que se deslocavam à metrópole em finais ou e meio da comissão. A única benesse era a "época". Tudo o resto era igual: exame nacional, fechado e oriundo do ministério. Agora assistimos à diplomação de autênticos grunhos que nunca leram ou pensam ler um livro e que crescem para nós armados em Doutores.
Tal como faço no local de trabalho, em que os dirigentes já não se distinguem muito dos utentes,está a ser assim em todo o lado: ter alguma curiosidade pelas coisas da cultura, ou usar uma minguagem que nos denuncie, pode ser perigoso. O mundo está a tornar-se um lugar estanho, senão perigoso. Educar os filhos numa cultura e numa ética própria levanta um outro problema: onde é que eles irão viver?
Está em curso uma mutação cultural e social grande e profunda, o emergir de uma idade média em que o desiquilíbrio entre os direitos políticos e sociais atribuídos "às pessoas" contrasta com a total ausência de referentes e instrumentos e hábitos culturais.
Os ISCTEs deste país vão estudando a reprodução das desigualdades sociais e procurando cativar alunos que lhes garantm os repectivos empregos. Em lado nenhum se vê uma ética de responsabilidade. Chego a pensar que muitos protagonistas polítcos (e mediáticos) têm conciência do caos em que participam e chegam mesmo a apostar nele na procura de alguma vantagem comparativa.

Epaminondas disse...

curtou?
talvez porque fosse curto, não?
intlectual?
isso é que é intelectualidade...

Anónimo disse...

"Sou profissionalmente interveiente em toda esta comédia..."

Julgava eu que estava sózinho, obrigado André, somos pelo menos dois.

Subscrevo inteiramente tudo o que escreveu.

O que me dá especial gozo (para não dizer asco), na "repartição" onde trabalho é ver nomeados chefes de divisão ou directores de departamento (com letra pequenina) de colheitas de universidades privadas.

Sabem escrever o nome desde que lhes facultem uma linha por baixo.

O que já não é mau, diga-se.

joshua disse...

Teremos de conseguir começar do zero.