29.7.09

COSTA, O HOMEM PRETEXTO


Ainda sobre o debate de Costa e Lopes. Foi fraco mas deu para perceber quem é que, dos dois, concorre efectivamente por e em Lisboa. Aliás, amanhã, na sua semanal conversa em família com Lobo Xavier e Pacheco Pereira, António Costa, o comentador político, deverá acrescentar mais uns pós com vista ao último trimestre do ano. Pelo andar da carruagem, Costa, durante os quinze dias que medeiam entre 27 de Setembro e 11 de Outubro vai ter de pensar em tudo menos em Lisboa. Lisboa, desde 2007, é apenas um pretexto na carreira um homem habituado a virar frangos, na bela expressão do Rodrigo. Qual é o lisboeta que, no seu perfeito juízo (descontando os "intelectuais" da "claque", o sr. Saramago, a troika Sampaio, Soares-pai e Soares-filho, o fadista do Carmo, o coerente "Zé" e a ainda mais coerente Roseta), vai entregar a Câmara a um homem de passagem? A um pretexto?

15 comentários:

Anónimo disse...

Caro Dr João Gonçalves
Apreciei vê-lo no debate BlogConf com o eng Sócrates.
Gostei da sua (com)postura (apesar de raramente concordar com o que escreve e de no entanto apreciar o seu estilo).
Todavia - e isto é positivo - penso que o Dr João Gonçalves ficou impressionado (bem impressionado) com Sócrates.
E, no fundo, no fundo, percebia-se que o dr João Gonçalves sentia que o lider é mesmo... admirável (quer dizer: provoca admiração).
Pois naquele registo de tão grande proximidade humana e quase pessoal, foi possível ver Sócrates apesar de tudo, de outro modo.
Pois, mesmo discordando, não é possível não deixar de reconhecer que é impressionante - causa impressão - o grau de convicção e até de apaixonamento com que Sócrates se revelou ali - talvez no momento mais próximo e desinteressado em que o vimos.
As acusações (um pouco estrambólicas de pessoas que não têm memória ou não sabem o que isso é; ou que sabem e estão a jogar a cartada de tornar trendy dizer isso) de arrogância, intolerância, autoritarismo... correspondem na verdade, apenas... à atitude de quem acredita, deseja, tem força e energia, é optimista, vê mais longe do que o momento, tem convicções (e até é patriota e acredita no seu país!)... qualidades com que os portugueses não estão habituados a ter que lidar (lidam mal com a autoridade que não seja da polícia, do Estado, das armas, da violência, do pai tirano, das prescrições silenciosas da moral, ou da corporação das mães de negro) e têm medo de se atirar à água e ir ao fundo, apesar de o lider dizer que há pé... sempre foi assim. A história repete-se em Portugal.
Este é o momento para não se repetir. Sempre desejei que alguém pudesse quebrar esse fatalismo português do quase, do ficar a ver os outros pelo buraco da fechadura, ficar a invejar com maus sentimentos os outros que são mais ricos, vestem melhor, têm melhores carros, melhores comboios, etc (até têm os aeroportos a 40 quilómetros das capitais).
E, visto assim, de facto, é difícil não concordar que Sócrates é a única pessoa colocada no momento certo para talvez transformar Portugal num país realmente mais interessante.
É possível que ele seja derrotado pelo medo atávico dos portugueses, pelo conservadorismo, pela resistência passiva, pela visão demasiado doméstica... enfim, pela falta de modernidade e de vontade de futuro de um conjunto de portugueses que resistem agarrados a fantasmas (todas as épocas tiveram os seus imobilistas).
Mas isso não tira nada às qualidades energéticas e à visão positiva de JS.
Senti (sentir é uma coisa pouco objectiva, mas ajuda a formar convicções) que o Dr João Gonçalves se sentiu tocado por isto, mesmo de forma difusa. E que, obviamente e compreensivelmente, isso, se porventura for verdade, não poderá fazê-lo mudar de posição.
Como o vejo como uma pessoa inteligente, um bom conversador e uma pessoa razoável, seria interessante que se deixasse reconhecer algumas qualidades que Sócrates tem e que, para quem pensa como o Dr João Gonçalves, deveriam logicamente ser apreciáveis - independentemente dos TGV, dos aeroportos, dos Magalhães e outras armas de arremsso.
Confesso que foi a primeira vez que tomei consciência de que Sócrates é finalmente alguem que tem uma visão, uma ideia para Portugal. Positiva. Energética. Contagiante.
Digo isto até um pouco espantado comigo mesmo, pois não sou apoiante incondicional de nenhum partido (sou de facto desapoiante do lado direito do PS) e muito menos militante. Enfim, sou um cidadão "normal".
Obrigado.
Pedro Castro

J.S. Teixeira disse...

Achei extremamente ofensivo este debate bi-partidário. É um sinal claro da inexistência de alternância democrática em Portugal e contribui, em grande parte, para o descrédito dos portugueses nesta pseudo-democracia. A representatividade deve ser expressa na Assembleia da República e não na comunicação Ssocial.

O debate foi muito pobre e centrou-se mais em ataques a passadas governações do que a planos para o futuro. Passaram todo o tempo a discutir quem tinha sido responsável pelo actual passivo da CML e esqueceram-se que são ambos culpados e que deviam encontrar soluções rápidas para a diminuição do mesmo.

Nenhum destes dois teria o meu voto caso votasse em Lisboa. Nem o constante-demissionário Lopes, nem o moralista-defensor-da-esquerda Costa.

Anónimo disse...

O homem passagem é o Costa? Está bem... a gente esquece-se do homem que passou pela cultura, passou pelo Sporting, passou por lisboa, passou pelo governo e passou por lisboa antes de querer voltar passar em Lisboa.

Gustavo Menezes disse...

Defendo que quem motivou o debate sobre o passado foi António Costa, sempre. Porque não tem nada a dizer e justifica todo o mandato no pagamento de contas que, afinal, "resolveu" com empréstimos à banca. É mais humano que ficar a dever a fornecedores (pessoas), mas apenas adia o problema. Ou seja, não é para se estar a vender como ter posto as contas em ordem, o que seria uma falácia.

António P. Castro disse...

Deplorável, pela completa cegueira, o "lençol" acima, de um Anónimo que, no entanto, "assina" Pedro Castro.
Não pertence, de certeza, à família...
De qualquer modo, não li e não gostei, como dizia o outro.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Numa frase, a colocação correcta de parêntesis exige que o texto faça sentido mesmo que se passe por cima do que está balizado por ele.

Tendo isso em conta, concordo 100% com a frase com que o post termina, que poderá ser lida assim:

«Qual é o lisboeta que, no seu perfeito juízo (...), vai entregar a Câmara a um homem de passagem? A um pretexto?»

fado alexandrino. disse...

Achei extremamente ofensivo este debate bi-partidário
Por casualidade referi isso mesmo no meu blog.
Quanto a estas eleições, Santana Lopes deve por a tónica na salada que é a lista do seu adversário.
Voto em Lisboa, se outro motivo não houvesse para votar em Santana Lopes bastava querer votar contra o Zé-Que-Fazia-Falta, um vendido que se for necessário ainda acaba apoiante de Paulo Portas.
Roseta deu a machadada final e fatal nas candidaturas independentes, de agora em diante ninguém mais vai acreditar em ninguém.
Outra vendida.
Ficam bem todos juntos.

Anónimo disse...

Como sou do contra até voto no Costa e não tenho nemhum tacho na Câmara nem nenhum familiar por aqueles lados. O António Costa não soube ou não quis gastar dinheiro num bom livro com a obra feita como fez João Soares. Seria criticado, aliás ele é criticado por fazer e não fazer e foram apenas 2 anos!
Santana. se observarem bem o seu percurso todo tem todo ele uma personalidade de um emergente, quer um «lugar ao Sol» seja de que forma for. Ele aluga uma casa cara e não vou dizer a quem está lá 3 anos e paga apenas um mês e o mês de caução. Ele vai buscar o «Saab» para experimentar e anda com ele sem pagar... será que numa cidade tão pequena como esta Lisboa alguém ignora a vida deste eterno pretendente ao poder.
Agora João Gonçalves não deixe de publicar este texto s.f.f.

A. Alves Pimenta disse...

O Anónimo das 7:00 é, claro, um caluniador de meia tigela, presumivelmente avençado do Largo do Rato por interposta secretaria de Estado...
Andou, por isso, mal o João Gonçalves, ao publicar-lhe o vómito. Que se saiba, isto aqui não é nenhum escarrador.

Nuno Castelo-Branco disse...

Dia de autárquicas e dia dos lisboetas irem TODOS para a praia.

Anónimo disse...

Ao contrário daquilo que é aqui dito, penso que Santana esteve bastante melhor. Desmistificou, de uma vez por todas o passivo camarário que António Costa fazia questão de ele, Santana, ter sido o responsável; desmistificou a questão que a CMl nada mais fez que pagar as dívidas dos mandatos anteriores, uma vez que tranferiu o pagamento das dívidas para a Banca o que acarretará encargos adicionais; explorou bem as contradições entre Roseta e Costa sobre a cidade, demonstrando que aquele coligatório visa unicamente ganhar as eleições; referiu-se à sociedade criada "frente tejo" em relação à qual a CML deixa de ter poder de decisão sobre projectos para a zona ribeirnha; defendeu o aeroporto de Lisboa; explicou a Costa como tinham sido feitos os túneis da João XXI e de Entre-Campos (permuta de terrenos) e quanto custaram, coisa que Costa desconhecia etc. Pelo menos, nos próximos debates, a questão tão cara a António Costa, a do tal endividamento, não será de novo colocada e aí poderemos saber finalmente, o que cada um pensa em relação ao futuro da cidade.

Paulo Ribeiro disse...

Pergunta: "(...) Qual é o lisboeta que, no seu perfeito juízo (descontando os "intelectuais" da "claque", o sr. Saramago, a troika Sampaio, Soares-pai e Soares-filho, o fadista do Carmo, o coerente "Zé" e a ainda mais coerente Roseta), vai entregar a Câmara a um homem de passagem? A um pretexto?
Resposta: Eu! Sou de Lisboa, vivo em Lisboa, amo a minha cidade, logo, voto no António Costa. Espanta é que ainda existam dúvidas e que alguns ainda cortejem essa figura de cabaré e gastador impenitente do herário público chamado Santana qualquer coisa. Livra!

Luis Artur Gonçalves disse...

Ao Alves Pimenta sempre digo que "olhe que não, olhe que não!". De facto existem os tais calotes...

Unknown disse...

Raramente li algo tão repulsivamente bajulador e tão inutilmente parcial. Aliás, o exagero só afasta, em vez de cativar...

Unknown disse...

Refiro-me, claro, ao texto das 15:28 de Pedro Castro.