Estive a ler atentamente artigos de opinião de socialistas que respeito. Concordamos em que é preciso responder politicamente, na Europa, ao que se está a passar, sem tagarelice ou a varrer tudo para debaixo do tapete "financês" em que toda a gente, agora, sentou alegre ou melancolicamente o rabo - são os males da tentação "tudológica"! E acompanho César das Neves, no Destak (um jornal dado à borla ao "povo" que anda nas ruas e que não está particularmente interessado em visões oraculares) quando pergunta e responde: «Permito-me apenas uma perguntinha: quem ganharia com a derrocada do euro e da UE? Uma coisa dessas criaria um terramoto financeiro muito mais grave que a falência do Lehman Brothers. Os bancos teriam perdas enormes e os mercados volatilidade explosiva. Além do campo financeiro, a queda afectaria a produção de toda a economia europeia, provocando uma brutal recessão que, dado o nível de integração mundial, se espalharia pelo planeta. Só um arqui-terrorista ou um super-vilão de cinema, interessado na miséria global, poderia querer provocar uma coisa dessas. Sem ofender tão eminentes analistas, parece-me que a outra explicação, a da dívida irresponsável e dos credores com medo compreensível de perder os seus empréstimos, é bastante mais plausível.» Quanto ao resto, recomendo-lhes a famosa frase de Mitterrand para não ser acusado de me louvar em algum perigoso "reaccionário". É preciso dar tempo ao tempo.
4 comentários:
Já li muitas teorias da conspiração. É impossível dar credibilidade a muitas, mas há muitas que encaixam bem. Basta para isso levantarmos o rabo. Pessoas do mundo de wall street, ex-governantes norte-americanos, actuais governantes norte-americanos, alguns (poucos) jornalistas, alguns economistas (poucos) avisam há muitos anos do abismo para onde caminhamos calmamente. Sentados e esperando para ver. Felizes no nosso consumo desenfreado (quem pode e quem não pode). Dar mais tempo? A passividade e a ignorância trouxeram-nos até aqui. Talvez os gregos sejam demasiado "quentes". Mas o nosso sangue é gelado. Temos medo e esperamos pela tempestade na esperança que ela se desvie. Talvez as avestruzes aprendam algo connosco...
Rescaldos…
Privatização da RTP – Serviço Público
Está em discussão actualizada a possibilidade de se concretizar a privatização da RTP ou de parte dos seus canais – canal 1, 2, 8?
Se dúvidas houvesse sobre que política adoptar, creio não desiludir, se afirmar que, tal como eu, muitos Portugueses teriam hoje concluído pela necessidade de um canal público, de sinal aberto, ser obrigado a acompanhar toda e qualquer ocorrência de relevante importância para a generalidade das pessoas.
Exemplo disso foi o que esta tarde aconteceu a partir das l7.30 horas, quando o Senhor Ministro das Finanças veio explicar, entre outras coisas, tudo o que se relaciona com o Imposto Extraordinário sobre o Subsídio de Natal. Qualquer Português estaria interessado em ouvir os esclarecimentos prestados, independentemente de concordar ou não com esse Imposto.
Porém nenhum dos responsáveis principescamente pagos e com poderes de decisão, foi capaz de interromper um qualquer filme sem importância no canal 2 , e apenas no canal 1 houve algumas interrupções no habitual programa daquele horário.
Quem quisesse acompanhar tudo o que se estava a passar, e que reconhecemos importante, teria de recorrer a canais pagos, o que uma grande maioria dos nossos compatriotas não tem.
14 de Julho de 2011
e, neste contexto, o que se pode fazer?
tem toda a razão JG1
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