Parece lugar-comum falar-se no aniversário do antigo presidente sul-africano. Será. O que decerto está longe de ser lugar-comum é a vida incomum da criatura. Vinte e sete anos de cadeia por causa de um preconceito burgesso e de uma intolerância sem nome e, depois, a chefia de uma nação devidamente revista por si mesma em liberdade. Clint Eastwood quis homenageá-lo mas saiu-lhe um filme sem o rasgo habitual. A melhor homenagem, no entanto, é o próprio homem Mandela, um raro exemplo de ser humano. Não há tecto para uma altura daquelas.
4 comentários:
Mandela é bem o exemplo de que,contra a interpretação marxisante da História,os indivíduos contam,e muito,no processo histórico. Sem a sua personalidade,a sua visão,o carisma que cultivou,o destino da poderosa África do Sul seria totalmente outro,tais os ódios acumulados ao longo de decénios.
Fosse noutros tempos, no tempo da Igreja de Roma, acabaria por ser considerado um Santo.
Dos maiores.
Estatura maior que penou as penas do cárcere e do isolamento - não em vão - porque cedo soube que quanto mais tempo o mantivessem preso, mais os seus peso e força aumentavam; e o do seu povo; e o da sua Causa. Inteligência, resistência, seriedade, moral superior. Mas nem ele fez tudo sozinho; e até num regime iníquo e repressivo - para o fim - foi encontrar 'aliados' (à força, é certo) sem os quais qualquer transição teria sido um banho de sangue: primeiro Pik Botha (que sempre conseguia moderar o outro Botha) e depois De Klerk, ainda que encostados à parede.
Os seus sucessores são a desilusão, a lástima, a incompetência, a ignorância, a negociata. Política à africana quase no seu pior.
Ass.: Besta Imunda
Até nisto tivemos azar. Em vez de um Mandela, saiu-nos um Samora na rifa e para cúmulo, o grande sul-africano acabou por casar com a viúva do páchiça moçambicano. Samora não passou nem por um milésimo daquilo que Mandela aguentou e viu-se do que foi capaz, arruinando Moçambique, massacrando a seu bel-prazer e acabando daquela forma. Como a história teria sido diferente...
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