15.7.11

VOCÊ NA TV

«A presença enorme de comentadores partidários na TV deriva em parte da debilidade da sociedade civil e da opinião pública. Não se criaram alternativas fortes no comentário, como noutros países. Além dos políticos encartados, os comentadores costumam vir de três áreas. Primeiro, os especialistas, como os de economia, que têm ocupado os canais desde que a crise se aproximou da catástrofe; na maioria, têm inculcado evidências que não eram vividas (o país é deficitário, etc.), mas também os pontos de vista do sistema financeiro português. Alguns defendiam a opção deficitária do anterior governo, só tendo mudado à última hora. Apesar disso, continuam a perorar nos ecrãs como grandes sábios desse mundo para iniciados que supostamente é a economia. Segundo, os jornalistas. Deveria haver mais jornalistas especializados no comentário, mantendo uma razoável independência, que lhes permita acrescentar perspectivas de entendimento da realidade pelos espectadores. Infelizmente, a televisão tem poucos jornalistas comentadores com credibilidade, insistindo em alguns que parecem demasiado dependentes de opiniões de partidos ou lobbies. Ora, para isso já existem os comentadores militantes e alguns dos especialistas em economia. Terceiro, os académicos. A sua profissão é dominar instrumentos de análise para depois se debruçarem sobre a realidade, distanciando-se dela, o que os coloca numa posição de vantagem para revelar o invisível às pessoas sem essa formação. Acontece que alguns dos nossos académicos comentadores, em especial os agora chamados politólogos, têm receio de se comprometer com opiniões, o que torna as suas intervenções em grande medida inúteis. Os académicos, no seu trabalho académicos, devem manter essa distância, mas no espaço público mediático espera-se que exprimam opiniões. Outros banalizam a sua presença, banalizando também o que dizem. Há excepções, mas raramente as televisões os destacam. Preferem os que se enquadram no sistema de opinião hegemónica acima descrito.»

Eduardo Cintra Torres, Público

3 comentários:

Anónimo disse...

Como é seu timbre, ECT tem razão no que escreve. Contudo atrever-me-ia a sugerir que talvez devesse ter ido mais longe na apreciação objectiva e na crítica positiva, relativamente aos chamados académicos e 'politólogos' tão na moda... Estes então despontam que nem cogumelos em todas as televisões, mas não acrescentam absolutamente nada de relevante. Antes de começarem a falar já sabemos de cor o que vão dizer. As suas opiniões supostamente abalizadas, não nos elucidam em nada nem fazem falta alguma. Costa Pinto, mais os seus ridículos maneirismos, é um deles. Só para dar um exemplo, mas há mais.
Maria

Anónimo disse...

O ct tem é pena de ninguém o integrar num dos grupos ganda ressabiado

Anónimo disse...

A RTO devia ser implodida. è que assim nao caiam estilhaços para fora e nao havia perigo de contagio.