Leio nos jornais online a primeira intervenção pública de fundo do ministro da Saúde, Paulo Macedo. E aprecio ler qualquer coisa completamente distinta da forma algo profética, ineficaz e demasiado retórica com que tem sido abordado o problema do SNS nos últimos anos. Em primeiro lugar, e porque é preciso «preservar o Serviço Nacional de Saúde», «temos o desafio de estancar e sarar uma dívida actual de cerca de três mil milhões de euros e um défice orçamental de 2010 que se aproxima dos 450 milhões» porque «termos contas sustentáveis na Saúde para garantir o futuro do SNS» é «o principal compromisso que o Governo assume com os portugueses.» Dito de outra forma: «pretende-se que os cidadãos possam usufruir de todas as potencialidades do Sistema de Saúde, indo além do SNS, de maneira que a resposta possa sempre existir e seja a mais adequada às necessidades dos cidadãos.» É esse o caminho a seguir «atentos ao percurso mas indiferentes ao ruído que apenas pretenda perturbar sem contribuir de forma construtiva para as mudanças que inexoravelmente vamos implementar.» Em segundo lugar, haver «disponibilização mensal de informação de gestão sobre o desempenho das Instituições (hospitais, centros de saúde e serviços)» para «construir políticas mais realistas, mais rigorosas, mas menos demagógicas e menos despesistas» é um dado a guardar. Finalmente, «o Ministro da Saúde assume-se como Ministro do Sistema de Saúde e não apenas do SNS. Há excelentes unidades de saúde públicas, em Portugal e excelentes unidades privadas. Vamos, sem quaisquer preconceitos, aproveitar o melhor de cada experiência e colocá-la ao serviço do todo.» Parece-me claro e simples.
5 comentários:
Ouvi nas tv(s) e gostei. O ministro vê-se logo que não é um político. Não é boneco, não tem voz nem forma, afectada. Gostei do estilo.
Depois disse o óbvio, quanto aos gastos.
Trabalho num hospital público. A nível intermédio há gente a mais. Chefes que nada chefiam, mas as promoções automáticas...! Gente que estorva gente.
Na base da pirâmide, trabalha-se muito e ésse muito mal pago.
É difícil imaginar como isti pode ser resolvido sem haver privatizações.
Então se está identificado o problema nos hospitais, porque não se remedeia, emenda?
E a sua conclusão, após os argumentos é: privatizar.
Privatizar? Não me diga que é daqueles que defende lucros privados, com dinheiro público?!
Também quero, montar um "estaminé" desses.
De facto é impressionante a quantdade de "gestores" que pululam pelos hospitais. Recentemente inventaram uma nova entidade: Unidade (muitas) de Gestão Integrada onde colocaram (muita) rapaziada amiga e compadres pagos ao nível da Guimarães Capital da Cultura. Nunca houve, nunca fez falta.
A privatização iria retirar dos hospitais públicos, muitos inuteis que só estorvam.
Já viu o que é num departamento de 42 pessoas haver 8 chefes!?
Guimaraes c cultura? Não foi dai que saiu uma senhora que ganhava bem? isto é: Muito bem?
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